A ex-subsecretária Municipal de Políticas Públicas para as Mulheres, Carla Stephanini, foi escolhida para representar o Governo do Estado de Mato Grosso do Sul na gestão da Casa da Mulher Brasileira, em Campo Grande. A nomeação, que deve ser oficializada no Diário Oficial da próxima segunda-feira (5), faz parte de um processo de reestruturação da rede de proteção às mulheres, desencadeado após o assassinato da jornalista Vanessa Ricarte, ocorrido em 12 de março deste ano.
A informação foi confirmada pelo vice-governador José Carlos Barbosa, o Barbosinha (PSD), que destacou a importância da nova coordenadora como elo entre a Casa da Mulher Brasileira e o Executivo estadual. “A gente tem que ir arrumando a Casa da Mulher Brasileira. As mudanças estão ocorrendo: mudança tecnológica, mudança estrutural. Os inquéritos que estavam parados estão andando”, afirmou.
A reestruturação da Casa é fruto de uma gestão compartilhada entre Estado e Município, discutida com a prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes (PP), uma vez que anteriormente a administração estava sob responsabilidade da prefeitura.
Com protocolos definidos pelo Governo Federal, a Casa da Mulher Brasileira reúne diversos serviços em um único espaço: atendimento policial, judiciário, psicossocial e a atuação da Patrulha Maria da Penha, que acompanha o cumprimento de medidas protetivas.
O caso de Vanessa Ricarte escancarou falhas graves nesse sistema. A jornalista foi assassinada pelo ex-noivo, Caio Nascimento, após registrar boletim de ocorrência. Um áudio gravado por ela revelou o atendimento insensível recebido e a falta de providências imediatas por parte das autoridades. A vítima não teve escolta policial e foi orientada a tomar atitudes por conta própria.
Em nota à época, o Governo do Estado reconheceu as falhas: “Mais uma morte prova que não estamos conseguindo garantir proteção às vítimas de violência. Falhamos enquanto Estado, falharam as instituições, falhamos enquanto sociedade”.
Com a nomeação de Stephanini, o governo espera avançar na qualificação dos serviços e na integração entre os diversos órgãos que compõem a Casa da Mulher Brasileira, buscando evitar que tragédias como a de Vanessa voltem a acontecer.