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sexta-feira, 13 de dezembro, 2024
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Campo Grande encerra Método Wolbachia em índices satisfatórios prevendo resultados total chegando em dois anos

Com o fim da soltura dos wolbitos (mosquitos que contém a bactéria Wolbachia) em Campo Grande, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o World Mosquito Program (WMP), a Prefeitura de Campo Grande, além do Governo de Estado do Mato Grosso do Sul, deve monitorar o Método Wolbachia pelos próximos dois anos no município.

Para a secretaria municipal de Saúde (Sesau), Rosana Leite, o Método Wolbachia representa apenas uma das armas contra às arboviroses (dengue, zika e chikungunya).

Campo Grande encerra Método Wolbachia em índices satisfatórios prevendo resultados total chegando em dois anos

“O desafio foi aceito e a participação de toda a população, das secretarias municipal e estadual, além de todos os demais apoiadores, com o engajamento foi essencial ao explicar sobre o que era esse projeto. Foi um trabalho incansável, principalmente, dos nossos agentes. Esta é apenas uma das ferramentas, mas nunca podemos esquecer de cuidar dos nossos domicílios e de se vacinar”, avaliou a titular da Sesau.

A superintendente de Vigilância em Saúde da Secretaria Municipal de Saúde, Veruska Lahdo, explica que os resultados embora ainda de maneira parcial, demostram importantes avanços no combate às arboviroses (principalmente contra a dengue e chikungunya) no município.

Campo Grande encerra Método Wolbachia em índices satisfatórios prevendo resultados total chegando em dois anos

“Nós tivemos seis fases realizadas em Campo Grande durante esses quatro anos de projeto. Há sinais de bons estabelecimentos do mosquito em toda as regiões da cidade contendo a presença da bactéria. Com isso, nós esperamos colher resultados positivos para a nossa Capital”, esclarece Lahdo.

O líder do WMP no Brasil e pesquisador da Fiocruz, Luciano Moreira, destaca o empenho e o esforço de todos os agentes envolvidos, em especial o município de Campo Grande por ter abrigado o projeto.

Campo Grande encerra Método Wolbachia em índices satisfatórios prevendo resultados total chegando em dois anos

“Agradeço a parceria de todos os envolvidos. Hoje, finalizamos essa etapa do método que contou com o envolvimento de muitas pessoas. Isto foi um elemento de grande sucesso e resultado de muito esforço destas equipes para que pudéssemos trazer esse método para toda a população. É com muito orgulho que agradeço a todos vocês. Assim, este monitoramento do projeto continuará pelos próximos dois anos na Capital”.

A eficácia do método é comprovada. No Brasil, houve uma redução de até 70% nos casos de dengue e de 60% nos casos de chikungunya em Niterói, que se tornou o município com menor número de casos de dengue no Estado do Rio de Janeiro, registrando apenas nove casos até abril de 2023.

Engajamento comunitário

O engajamento comunitário é fundamental para a implementação do Método Wolbachia. Cerca de 500 agentes foram capacitados para dialogar com a população, esclarecer dúvidas e apresentar o funcionamento do método. Durante esta etapa, 385.000 pessoas foram diretamente alcançadas.

Com o objetivo de intensificar o estabelecimento dos Wolbitos, Campo Grande desenvolveu a iniciativa “Wolbito em Casa”, que envolveu 1.695 alunos de 17 escolas municipais. Esses alunos levaram cápsulas com ovos de Wolbachia para casa e cuidaram de seu desenvolvimento.

Método Wolbachia em Campo Grande (MS)

Campo Grande encerra Método Wolbachia em índices satisfatórios prevendo resultados total chegando em dois anos
Método Wolbachia inicialmente atendeu 9 bairros da Capital com a liberação dos wolbitos (Foto: PMCG)

O Método Wolbachia consiste na liberação de Aedes aegypti com a bactéria Wolbachia, que impede que os vírus da dengue, Zika, chikungunya e febre amarela se desenvolvam dentro do mosquito. Esses mosquitos se reproduzem com os mosquitos locais, gerando uma nova população com Wolbachia. Com o tempo, a porcentagem de mosquitos infectados com a bactéria aumenta, eliminando a necessidade de novas liberações.

Desde o início do planejamento em 2019 e o começo das operações em 2020, o projeto tem alcançado resultados positivos. Em seis fases, abrangeu 74 bairros e sete regiões urbanas, atendendo aproximadamente 130.000 pessoas por fase. Durante todo o período, mais de 900.000 pessoas foram beneficiadas, com a produção de aproximadamente 2,7 kg de ovos, 870.000 tubos e a liberação de 102 milhões de mosquitos.

Para potencializar a implementação do método, Campo Grande ganhou uma biofábrica para a produção desses mosquitos. Os ovos do Aedes aegypti com Wolbachia eram enviados do Rio de Janeiro e acompanhados até a fase adulta na biofábrica local, onde eram liberados em ciclos de 16 semanas. Assim, nasciam em berço campo-grandense os mosquitos pantaneiros com Wolbachia.

Uma das estratégias utilizadas foi o Dispositivo de Liberação de Ovos (DLO) na região das Moreninhas, conhecido como “Casa do Wolbito”. Esta estratégia envolveu a comunidade na liberação de ovos de mosquitos com Wolbachia.

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