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quinta-feira, 1 de maio, 2025
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Cinco dos seis secretários nomeados por Simone Tebet já deixaram o Planejamento

Após dois anos e quatro meses, apenas o secretário-executivo Gustavo Guimarães permanece na equipe original do MPO; relatos apontam frustração com dinâmicas de governo e isolamento político da pasta

Dos seis integrantes de “alto escalão” escolhidos pela ministra Simone Tebet (MDB) para compor a equipe do Ministério do Planejamento e Orçamento (MPO) no início do governo Lula 3, apenas um segue no cargo: o secretário-executivo Gustavo Guimarães, considerado o número 2 da pasta. Os demais já deixaram seus postos, a maioria por iniciativa própria, alegando insatisfação com a dinâmica interna e limitações enfrentadas pela pasta.

A saída mais recente foi a do secretário de Monitoramento e Avaliação, Sérgio Firpo, confirmada na quarta-feira (30). Segundo fontes ouvidas pela imprensa, Firpo já manifestava, há algum tempo, o desejo de deixar o governo. Sua principal frustração seria a dificuldade do Executivo em transformar análises e revisões técnicas em políticas públicas eficazes.

Antes dele, também deixaram o ministério Renata Amaral (Assuntos Internacionais), que assumiu cargo no Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID); Leany Lemos (Planejamento), que migrou para o setor privado; Paulo Bijos (Orçamento), convocado para retornar à Câmara dos Deputados; e Totó Parente (Relações Institucionais), que alegou motivos pessoais.

Fontes ligadas ao MPO apontam que o desgaste não foi isolado. Parte dos auxiliares de Tebet se frustrou com a falta de espaço para implementar projetos de médio e longo prazo, uma vez que o ministério tem operado sob forte imediatismo. Além disso, mesmo com reconhecimento técnico da equipe, a pasta sofre com limitações políticas e pouco protagonismo nas decisões estratégicas do governo Lula.

A posição da ministra no MDB também contribui para o isolamento político do Planejamento, que fica à margem do chamado “núcleo duro” do governo, composto por figuras como Gleisi Hoffmann (PT), Rui Costa (Casa Civil) e Fernando Haddad (Fazenda).

Apesar das dificuldades, interlocutores elogiam a autonomia dada por Tebet à equipe técnica e o esforço da ministra em manter a coerência do trabalho no Planejamento. Ainda assim, o esvaziamento da equipe original acende alertas sobre a capacidade de condução de agendas estruturantes dentro da pasta.

Com as mudanças, o Ministério do Planejamento passa por nova fase de recomposição de seu alto escalão, em meio aos desafios fiscais, revisões de políticas públicas e discussões sobre o novo plano plurianual do governo federal.

*com informações CNN

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