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segunda-feira, 30 de junho, 2025
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Ciro Gomes negocia ida ao PSDB após 28 anos no PDT e pode disputar eleição de 2026

A trajetória política de Ciro Gomes (PDT) pode passar por uma guinada decisiva nos próximos dias. O ex-ministro e ex-governador do Ceará articula sua filiação ao PSDB e deve se reunir nesta semana com lideranças da cúpula tucana para selar o retorno à legenda, da qual fez parte nos anos 1990. A mudança, se confirmada, encerraria um ciclo de 28 anos de militância no PDT.

Segundo aliados, a data exata do encontro ainda está sendo ajustada, mas os interlocutores já estão definidos: o presidente nacional do PSDB, Marconi Perillo, além dos ex-senadores Aécio Neves e Tasso Jereissati — este último, amigo pessoal e principal entusiasta da reintegração de Ciro ao partido. Jereissati foi um dos padrinhos políticos de Ciro nos tempos em que o cearense governou o Ceará, entre 1991 e 1994, justamente pelo PSDB.

O movimento ocorre em um momento de crise interna no PDT e de reconfiguração da estratégia eleitoral do PSDB, que busca recuperar protagonismo nacional após sucessivas derrotas nas urnas e perda de quadros expressivos. A avaliação entre tucanos ouvidos pela CNN é de que Ciro poderia ser peça-chave nesse redesenho, com duas alternativas viáveis em 2026: disputar a Presidência da República ou concorrer novamente ao governo do Ceará.

A possível ida ao PSDB também se alinha ao posicionamento crítico de Ciro ao governo Lula (PT). Nos bastidores, o ex-ministro teria intensificado a crítica ao Planalto após a revelação de um esquema de fraudes no INSS, ocorrido dentro de um ministério então comandado pelo PDT. A investigação acentuou o distanciamento de Ciro em relação à base governista, ainda que ele tenha sido voto vencido na tentativa de retirar o partido da aliança com o presidente petista.

Internamente, Ciro enfrenta resistências e se vê isolado no PDT, sobretudo após o partido manter apoio ao governo federal, mesmo com desgastes entre a bancada e o Palácio do Planalto. A possível filiação ao PSDB é vista por aliados como uma forma de reposicionar sua imagem e reafirmar um projeto nacional de centro com viés de oposição ao PT.

Caso o retorno ao ninho tucano se concretize, Ciro também poderá enfrentar seu próprio irmão, Cid Gomes, em um eventual embate eleitoral no Ceará. Hoje, Cid integra o grupo político que apoia o governador Elmano de Freitas (PT), que busca a reeleição com o respaldo do ministro da Educação, Camilo Santana, e do próprio Lula.

Enquanto os últimos acertos para a reunião com os tucanos são feitos, o cenário político acompanha de perto os desdobramentos. A ida de Ciro ao PSDB pode representar mais do que uma troca de partido — pode marcar a reentrada de um dos nomes mais conhecidos da política nacional na disputa de 2026 com força renovada.

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