23.8 C
Campo Grande
sábado, 3 de maio, 2025
spot_img

“Como vai correr atrás da sua filha?” Pergunta fez Yuri mudar hábitos após hipertensão

Aos 15 anos, Yuri Lucas Correa Wandscheer estava no auge da juventude. Sua rotina era dividida entre estudos, amigos e planos para o futuro, como a de muitos jovens nessa idade. Mas uma dor de cabeça intensa que entendia pela nuca e a cervical passou a incomodá-lo. Depois de procurar um médico, o diagnóstico veio logo: hipertensão arterial.

Apesar do histórico familiar — pai e avós também hipertensos, o garoto cheio de sonhos não imaginava que poderia ser afetado tão cedo pela doença “Eu não imaginava que poderia desenvolver a doença tão cedo, na verdade, nem passava pela minha cabeça”, relembra. E como tantos jovens, seguiu a vida normalmente acreditando que bastava tomar o remédio prescrito pelo médico e seguir em frente.

Já com 24 anos, casado, Yuri e a esposa sonhavam em ser pais. E foi durante uma consulta de rotina, enquanto compartilhava com o médico os planos de engravidar, que veio a pergunta do especialista: ‘como você vai fazer pra correr atrás da sua filha?’. A pergunta, que parecia simples, naquele instante, foi um divisor de águas na vida dele.

Imaginado como seria cuidar do filho (a), sem ter saúde, decidiu dar o primeiro passo. Melhorou a alimentação, cortou o açúcar de forma significativa, passou a praticar atividade física regularmente, inicialmente com musculação e, mais tarde, entrou para o Clube de Corridas da Unimed Campo Grande, um programa voltado para colaboradores como forma de incentivar hábitos saudáveis na rotina. Hoje, corre três vezes por semana e até agora já perdeu 8kg. Ciente que ainda precisa perder mais peso, afirma que já tem colhido bons frutos com as mudanças adotadas até aqui: “tenho muito mais disposição, meu humor melhorou muito, as noites de sono são mais tranquilas, até medicação que tomo diariamente diminuiu e agora consigo enxergar uma vida com outra perspectiva, muito melhor, com certeza”, fala orgulhoso.

Mas o melhor presente dessa nova fase de Yuri chegou há nove meses: Noemi, a filha tão esperada. “Muita coisa melhorou na minha vida depois que entendi a importância da mudança de hábitos, mas a melhor coisa de todas foi ver minha filha nascer. Hoje ela tem só nove meses, mas eu já estou ansioso para vê-la andar e correr. Quero falar pro meu médico que aquela pergunta foi uma virada de chave na minha vida”, revela Yuri, com sorriso largo no rosto e um brilho de gratidão no olhar.

"Como vai correr atrás da sua filha?" Pergunta fez Yuri mudar hábitos após hipertensão
Foto: Arquivo Pessoal


O que diz especialista sobre a hipertensão

Cardiologista da Unimed Campo Grande, Dr. Délcio Gonçalves Júnior, alerta que um dos maiores desafios no controle da hipertensão é a adesão ao tratamento. “Estudos mostram que apenas 25% dos pacientes que sabem que são hipertensos tomam a medicação adequadamente. E apenas 12,5% desses pacientes estão com a pressão arterial bem controlada, dentro das metas estabelecidas”, afirma.

O médico explica que hipertensão arterial é uma doença silenciosa e muitas vezes sem sintomas evidentes, mas que pode causar danos sérios ao coração, cérebro, rins e vasos sanguíneos. “Se não controlada corretamente, pode resultar em infarto, insuficiência cardíaca, acidente vascular cerebral e insuficiência renal crônica”, alerta.

Para prevenir ou controlar a doença, o especialista destaca a importância de adotar hábitos saudáveis. “Todo adulto deve aferir a pressão regularmente, ao mesmo 1 vez ao ano. Para aqueles com fatores de risco, como obesidade, diabetes, tabagismo e histórico familiar de hipertensão, a aferição deve ser mais frequente. Além disso, é essencial praticar atividades físicas, ter uma alimentação saudável, não fumar, não abusar de álcool e controlar o estresse”, recomenda.

Fale com a Redação