O conclave que definirá o novo Papa da Igreja Católica tem início nesta quarta-feira (7), com uma programação marcada por tradição, oração e simbolismo. O processo começou às 5h (horário de Brasília), com a celebração da missa “Pro Eligendo Pontifice”, dedicada à eleição do novo pontífice.
Segundo o especialista em Vaticano, Raylson Araújo, a homilia dessa celebração merece atenção especial. “Merece muita atenção esse momento da homilia, porque provavelmente nós vamos ter ali alguns apontamentos que podem nortear o processo de votação”, afirmou. Ele ressalta que as palavras proferidas nesse momento podem trazer pistas sobre o perfil esperado para o futuro Papa.
A missa representa também o último ato público dos cardeais antes do isolamento obrigatório do conclave. “É o último momento que nós vamos ter um acesso a uma informação ali que vai ser direcionada para todos os cardeais”, destacou Araújo.
O momento decisivo ocorrerá às 11h30 (horário de Brasília), quando os 133 cardeais com direito a voto entrarão na Capela Sistina. A partir daí, estarão formalmente reunidos em conclave. Antes da votação, todos prestam juramentos solenes, individuais e coletivos, comprometendo-se com o sigilo e a responsabilidade do processo.
Além da dimensão eleitoral, o conclave carrega um profundo significado espiritual. “É normal que aqueles que fazem a cobertura tratem como a dimensão mais eleitoral, como uma eleição simplesmente, mas há uma dimensão de ritual aí”, explica Raylson. Os cardeais entram na capela em oração, e cada gesto faz parte de uma liturgia cuidadosamente preservada ao longo dos séculos.
A partir do início do conclave, os cardeais permanecerão isolados até que um novo Papa seja escolhido. A tradicional chaminé instalada na Capela Sistina voltará a ser o centro das atenções: a fumaça preta indica que não houve consenso, enquanto a fumaça branca anunciará ao mundo que a Igreja tem um novo líder.
