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A incrível jornada de Jesse e Shurastey que viajam de fusca pelo mundo

Conheça a história do jovem Jesse e seu cachorro Shurastey que viajam pela América Latina de fusca

25/03/2019 06h35
Por: Suelen Morales

Quem nunca pensou em viajar pelo mundo? Apesar de ser a vontade da maioria das pessoas, poucos se arriscam a embarcar nessa aventura. E foi isso que o jovem Jesse Koz de 26 anos, fez ao lado de seu cãompanheiro Shurastey, ao abandonar tudo e viver na estrada em seu fusca 1978, batizado de Dodongo.

Os três viajantes estão na estrada há quase dois anos e sem pretensão de parar. Já foram milhares de quilômetros rodados e quatro países visitados: Chile, Uruguai, Argentina e Paraguai. Além de percorrerem o Brasil.

“Todo mundo tem a vontade de viajar, a gente só esbara nos problemas que colocamos, como a falta de dinheiro. Mas, quando comecei a pesquisar descobri que precisa mais de força de vontade, de coragem do que do financeiro” conta Jesse.

Sobre viajar no Dodongo, Jesse conta que pode até não ser confortável, mas que sempre tem como melhorar. Outro motivo, é que de moto não poderia levar o Shurastey, por isso ele vendeu o que tinha e foi.

“Dodongo pode não ser confortável, mas tem suas vantagens. É um carro forte e querido no mundo inteiro. As vezes dá uns probleminhas.Você abre mão de umas coisas por outras”, comenta. Além disso, com a experiência na estrada, ele já fez algumas modificações que garantem mais conforto e suprimentos para as próximas aventuras.

O novo destino agora é seguir rumo ao Alaska no extremo norte do mundo. A ideia surgiu durante a viagem ao Ushuaia na Argentina.

“Uma coisa acaba levando a outra. Conheci um argentino chamado Ravier e ele me mostrou um amigo que foi de Kombi pro Alaska. Aí brinquei que eu iria chegar lá de fusca, e o que era brincadeira acabou virando um objetivo, um projeto”, explica.

Ao todo, serão três anos de viagem para ir e voltar do Alaska. Depois disso, Jesse pretende parar um pouco e escrever um livro, antes da próxima aventura.

Para se manter na estrada, ele vende artigos pelo site: https://www.shurastey.com/. Além disso, conta com a ajuda de pessoas que o seguem em suas redes sociais. Inicialmente, Jesse contava com 200 seguidores no Instagram, atualmente possui mais de 83 mil seguidores.

“Simplesmente foi indo, sem patrocínio, seguidores totalmente orgânicos. A história em si, tudo que envolve e os três elementos [Jesse, Shurastey e Dodongo], atingiram nichos de públicos diferentes”, acredita.
Inclusive de passagem por Campo Grande, eles estão hospedados na casa de desconhecidos. Pessoas que se identificaram com sua história através do Instagram e os receberam em sua casa.

Sobre os questionamentos mais comuns, está a saudade da família ou a possibilidade de algum arrependimento. “Eu já morava sozinho, era independente. Mas, claro que sinto falta da família, das amizades. Agora da vida que eu levava, eu não sinto nada”, garante. “Quero conhecer o mundo inteiro, sou feliz fazendo isso. Viajar sozinho sem alguém para conversar, fica muito difícil, mas eu tenho meu melhor amigo sempre comigo”, finaliza.

No quesito relacionamentos, Jesse brinca: “Um amor em cada porto. Shurastey tem mais namoradas do que eu, pra ele é bem mais fácil”.

Finanças

Todo mês é um desafio novo, Jesse vive da publicidade no Instagram e da venda de artigos no Ecomerce, como almofadas, cadernetas, adesivos, lixinho para carro entre outros.

“Não tenho uma grana preestabelecida, pode ser menos ou mais. Tenho que fazer o de cada mês e sei também que preciso arrecadar mais do que eu gasto”, explica.

A parceria com empresas também ajuda. Recentemente eles ganharam uma barraca, um celular IPhone e até implante capilar. “Busco parcerias de coisa especificas, que facilitem minha vida e a viagem. As pessoas ajudam bastante, se identificam com o projeto de mostrar um outro lado da vida”, pondera.

Sobre Jesse Koz

Natural de Curitiba, onde ainda reside sua família. Jesse morava sozinho em Balneário Camboriú desde os 17 anos. Foram anos trabalhando em um shopping center, uma faculdade em Educação Física trancada e o sonho de viajar pelo mundo.

O empecilho era a rotina do trabalho e os compromissos. Até que um dia, ele decidiu pedir as contas na empresa onde trabalhava para pensar no que realmente queria fazer com a sua vida. Foi aí que começaram os planejamentos das viagens, arrecadação de dinheiro e principalmente consciência das coisas que abriria mão.

“Rodamos todo o Brasil até o Nordeste. Comecei a planejar e queria conhecer os países da América do Sul até a grana que eu tinha acabar. Postei num grupo de mochileiros e todo mundo falava que eu tinha que ir para o Ushuaia, fui pesquisar e na última semana decidi ir pra lá, no extremo sul do mundo. Agora não pretendo parar”, afirma.

Sobre o futuro, Jesse diz que pretende dar palestras e escrever um livro contando sua jornada. O projeto já tem até apoio de duas editoras gaúchas.

Devo ir ou devo ficar?

Se você gostou dessa história, pode acompanhar a rotina dos meninos pelo Instagram @shurastey_

Agora se pretende ajudar de alguma maneira, basta acessar a loja digital AQUI ou pelo site de doações Apoia-se!

Se quer viajar pelo mundo e não sabe por onde começar, Jesse adianta que não existe fórmula pronta e que cada um deve ir em busca da sua própria felicidade.

“Analise os prós e os contras. Se isso é pra você, pra onde pretende ir, como vai arrecadar a grana pela estrada, se pretende apenas viajar ou viver na estrada. Depois de definir isso, taca o barco que é só felicidade! E, não escuta as coisas negativas que outros vão falar como o e se…”, aconselha.

Juntos já passaram por quatro países.
 Foto: Arquivo pessoal

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