O Governo do Estado lançou uma força-tarefa para enfrentar os casos suspeitos de intoxicação por metanol, composto líquido altamente perigoso para a saúde que está sendo utilizado na fabricação clandestina de bebidas alcoólicas. Ao longo dos próximos dias, a vigilância e a fiscalização em todos os 79 municípios serão intensificadas para combater a venda e o consumo de bebidas adulteradas.
A ação inclui:
- Atendimento 24h com suporte técnico e científico via CIATox;
- Fiscalização intensiva das vigilâncias sanitárias em estabelecimentos que comercializam bebidas alcoólicas, visando coibir a venda de produtos clandestinos e de origem desconhecida;
- Monitoramento contínuo dos casos suspeitos e confirmados de intoxicação por metanol, com notificação imediata ao CIEVS estadual e ao Ministério da Saúde;
- Capacitação e orientação técnica às equipes de saúde para condução clínica dos casos, conforme protocolos definidos na Nota Técnica;
- Apoio às unidades hospitalares para o uso de antídotos disponíveis, como o etanol farmacêutico, e articulação com o Ministério da Saúde para acesso ao fomepizol, tratamento de referência contra o metanol.
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Segundo a Secretaria do Estado de Saúde (SES), a iniciativa está em alinhamento às orientações do Ministério da Saúde e à Nota Técnica Conjunta 365/2025 e envolve a articulação direta com as vigilâncias sanitárias municipais, unidades hospitalares e equipes de saúde, reforçando o monitoramento de casos suspeitos e confirmados.
“Estamos estruturando um fluxo de atendimento, monitoramento e fiscalização, para garantir respostas rápidas e eficazes diante da situação. Nosso compromisso é assegurar que a vigilância atue de forma integrada, eficiente e preventiva, protegendo a população com o máximo de segurança e prontidão possível”, destacou a superintendente de Vigilância em Saúde da SES, Larissa Castilho.
A recomendação é para não consumir bebidas sem rótulo, clandestina ou adquiridas em locais não regularizados. Qualquer pessoa que, após cerca de 12h do consumo, apresentar dor abdominal, sensação de queimação, alterações visuais — especialmente turvação ou visão cintilante, além de sinais neurológicos, deve procurar uma unidade de saúde.
Caso em investigação
Em Mato Grosso do Sul, até o momento, apenas um óbito está em investigação por suspeita de intoxicação do metanol. A vítima é um campo-grandense de 21 anos que consumiu uma garrafa de whisky no sábado (27) e cachaça no domingo (28), na quinta-feira (2) passou mal, com dores no estômago, náuseas e vômito e foi levado até a UPA, onde sofreu crise convulsiva e parada cardiorrespiratória e não resistiu.
Como parte da investigação, a Decon (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Contra as Relações de Consumo) e a Garras (Delegacia de Repressão a Roubos a Bancos, Assaltos e Sequestros), além da Vigilância Sanitária e do Procon/MS, deflagraram uma operação em um mercado e uma conveniência próxima à casa da vítima.
O indicativo é de que ele comprou as bebidas que consumiu nestes locais no último final de semana. No mercado, os policiais recolheram duas caixas de cachaça da mesma marca consumida pela vítima. Foi encontrada uma garrafa cheia de vodka em volume incomum, o que pode indicar adulteração.
Já na conveniência, foram recolhidas três caixas de cachaça do mesmo lote das que foram apreendidas no mercado. Ninguém foi preso na ação. Sobre a intoxicação do jovem, a investigação aguarda pelo laudo necroscópico da perícia, mas não descarta que ele tenha sido vítima de um consumo excessivo.