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terça-feira, 17 de junho, 2025
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Copom inicia reunião com mercado dividido entre manter ou elevar a Selic

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central inicia nesta terça-feira (16) a reunião que definirá o futuro da taxa básica de juros da economia brasileira, a Selic. Atualmente em 14,75% ao ano, a taxa pode ser mantida ou sofrer um novo aumento de 0,25 ponto percentual, chegando a 15% ao ano. A decisão será anunciada na quarta-feira (17).

Se confirmada a alta, será o sétimo aumento consecutivo desde setembro de 2024, em um ciclo de aperto monetário iniciado para tentar conter a inflação.

Cenário de incerteza

As expectativas do mercado financeiro estão bastante divididas. Segundo o Boletim Focus, divulgado na segunda-feira (16), a maior parte dos analistas (56%) aposta na manutenção da Selic no patamar atual. Outros 44% projetam um aumento para 15%.

O Copom, em seu último comunicado, sinalizou que uma nova elevação não estava descartada, mas dependeria da evolução dos principais indicadores econômicos, especialmente aqueles relacionados à inflação e à atividade econômica.

Pressões inflacionárias e risco fiscal

A decisão acontece em um contexto de incertezas internas e externas. Entre os fatores de preocupação estão a deterioração das contas públicas, as pressões no mercado de trabalho e o cenário internacional, que segue volátil.

O Banco Central vem reforçando que as expectativas de inflação continuam desancoradas, ou seja, afastadas da meta estabelecida. Essa percepção sustenta a necessidade de uma política monetária mais rígida para garantir o controle dos preços.

Avaliação dos especialistas

Para o economista Hugo Garbe, doutor em economia e professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie, o cenário mais provável é a manutenção da taxa. No entanto, ele avalia que o Banco Central deve adotar um tom mais duro no comunicado, deixando claro que novas altas podem ocorrer caso o cenário fiscal continue se deteriorando ou se as expectativas de inflação sigam piorando.

“O BC precisa preservar sua credibilidade como guardião da inflação, mas sem asfixiar ainda mais uma economia já fragilizada”, afirmou Garbe. Ele destaca que o consumo das famílias está estagnado, o mercado de crédito vem encolhendo e as previsões de crescimento econômico têm sido revistas para baixo.

Efeitos da Selic alta

A Selic é o principal instrumento de controle da inflação. Juros mais altos encarecem o crédito, reduzem o consumo e, teoricamente, ajudam a frear a alta dos preços. No entanto, também têm impacto direto na desaceleração econômica e no encarecimento dos financiamentos para famílias e empresas.

A definição desta semana é acompanhada de perto por agentes do mercado e especialistas, que avaliam não apenas a decisão em si, mas também o tom do comunicado e as projeções futuras do Banco Central.

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