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quinta-feira, 30 de outubro, 2025
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Crédito do Trabalhador já movimenta R$ 82 bilhões e beneficia mais de 7 milhões de empregados

Nova plataforma do governo permite portabilidade digital de empréstimos consignados e promete reduzir taxas de juros para o setor privado

O programa Crédito do Trabalhador, nova modalidade de empréstimo consignado para empregados com carteira assinada, já movimentou R$ 82,1 bilhões desde o início das operações em 21 de março, segundo dados divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) nesta quinta-feira (30).

De acordo com o governo, 2,3 milhões de contratos antigos de consignados privados foram transferidos para a plataforma digital, o que representa R$ 37 bilhões em valores migrados. Ainda restam cerca de 1 milhão de contratos a serem incorporados ao sistema.

Ao todo, a plataforma já registra 12,2 milhões de contratos ativos, atendendo 7,1 milhões de trabalhadores, com juros médios de 3,07% ao mês. A média de crédito liberado por trabalhador é de R$ 11,4 mil.

Migração digital e novas vantagens

A migração dos contratos antigos começou em 21 de agosto, com previsão de conclusão até novembro. A partir de então, toda a portabilidade e o refinanciamento dos empréstimos passam a ser feitos diretamente pela Carteira de Trabalho Digital, administrada pela Dataprev.

Com o novo modelo, o trabalhador pode comparar ofertas de diferentes bancos e escolher a instituição com as menores taxas de juros, o que, segundo o MTE, deve estimular uma nova queda nas taxas médias do mercado.

“O objetivo é garantir transparência e autonomia ao trabalhador, permitindo a portabilidade sem sair de casa”, destacou o ministério em nota.

Como funciona o consignado CLT

O Crédito do Trabalhador, também chamado de consignado CLT, permite empréstimos com desconto direto na folha de pagamento e juros reduzidos. Pelo aplicativo Carteira de Trabalho Digital, o trabalhador:

  1. Autoriza o compartilhamento de dados como CPF, tempo de empresa e margem consignável;
  2. Recebe propostas de crédito em até 24 horas;
  3. Escolhe a melhor oferta e confirma o contrato;
  4. Tem as parcelas descontadas automaticamente na folha.

Até 35% da renda mensal pode ser comprometida com o empréstimo. Além disso, o trabalhador pode optar por usar 10% do FGTS como garantia, ou até 100% da multa rescisória em caso de demissão.

Cuidados e orientações do Procon

O Procon recomenda cautela na contratação de empréstimos consignados. O órgão lembra que:

  • A contratação só pode ser feita pelos canais oficiais do banco, após proposta no aplicativo da Carteira de Trabalho Digital;
  • Tarifas extras como taxa de abertura de crédito (TAC) são proibidas;
  • Não pode haver carência para início do pagamento das parcelas;
  • O contrato deve detalhar taxas, valores, prazos e custo efetivo total antes da assinatura.

Em caso de desistência, o trabalhador tem sete dias corridos após o recebimento do crédito para devolver o valor integral à instituição financeira.

Expansão e impacto

Criado para substituir o antigo consignado do setor privado (disponível apenas a empresas com convênio bancário), o Crédito do Trabalhador busca ampliar o acesso ao crédito com menores custos e maior transparência.

A expectativa do governo é que, com a migração total dos contratos até o fim do ano, o sistema digital se consolide como a principal ferramenta de crédito para empregados com carteira assinada, favorecendo a concorrência entre bancos e reduzindo o endividamento das famílias.

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