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sexta-feira, 11 de julho, 2025
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Cúpula do Brics começa no Rio com foco em crise climática e inteligência artificial

A Cúpula de Líderes do Brics tem início neste domingo (6) no Museu de Arte Moderna (MAM), no Rio de Janeiro, marcando o principal momento da presidência brasileira à frente do grupo em 2024. O encontro reúne representantes de 37 nações, incluindo os 11 países-membros, nações parceiras e organismos multilaterais, com foco em duas grandes prioridades globais: a crise climática e a governança da inteligência artificial.

Criado em 2009, o Brics passou de cinco para onze membros permanentes, com a entrada recente de países como Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia e Irã. O bloco conta ainda com dez países parceiros, como Cuba, Bolívia e Vietnã.

Clima no centro do debate

Sob liderança do Brasil, a agenda ambiental domina os debates. A intenção do governo brasileiro é antecipar temas que estarão na pauta da COP30, marcada para novembro, em Belém (PA). Um dos focos será a cobrança de financiamento climático por parte dos países desenvolvidos, que, segundo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, seguem sem cumprir as promessas feitas desde a COP15, em 2009.

“Estamos entrando em 2025, e os recursos prometidos ainda não se materializaram. Aquilo que era US$ 100 bilhões por ano, hoje precisaria chegar a US$ 1,6 trilhão para cumprir metas climáticas e conter o aquecimento global dentro do limite de 1,5°C”, afirmou Lula durante evento do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), o chamado “Banco do Brics”, na última sexta-feira (4).

O Brasil também deve pressionar pela implementação de mecanismos financeiros mais ágeis para ações de mitigação e adaptação às mudanças climáticas em países em desenvolvimento.

Inteligência artificial e inclusão digital

Outro eixo central da cúpula será o debate sobre inteligência artificial (IA) e o papel do Sul Global na formulação de regras e diretrizes sobre o tema. A proposta brasileira defende uma governança internacional compartilhada, com foco na redução de desigualdades e no acesso democrático às tecnologias emergentes.

O governo propõe ações conjuntas, como:

  • Compartilhamento de experiências entre países do Brics;
  • Políticas públicas que promovam inclusão digital;
  • Cooperação em áreas estratégicas ligadas à IA.

Segurança reforçada

Com a presença de autoridades de alto escalão, a Polícia Federal e outras forças de segurança montaram um forte esquema de proteção na capital fluminense. Varreduras antiexplosivos foram realizadas em hotéis da zona sul do Rio, onde estão hospedadas as delegações internacionais.

Bloco ampliado e mais influente

Além dos 11 membros efetivos, o Brics conta com dez países parceiros, ampliando seu peso político e econômico no cenário internacional. A presidência brasileira busca fortalecer a imagem do grupo como alternativa às grandes potências tradicionais, promovendo maior equilíbrio nas decisões globais.

Membros permanentes do Brics:

  • África do Sul
  • Arábia Saudita
  • Brasil
  • China
  • Egito
  • Emirados Árabes Unidos
  • Etiópia
  • Indonésia
  • Índia
  • Irã
  • Rússia

Países parceiros:

  • Belarus
  • Bolívia
  • Cazaquistão
  • Cuba
  • Malásia
  • Nigéria
  • Tailândia
  • Uganda
  • Uzbequistão
  • Vietnã

A cúpula segue até segunda-feira (7) e deve finalizar com uma declaração conjunta e diretrizes para o futuro do bloco.

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