Vice-presidente afirmou que governo está trabalhando para reverter taxação de 50% imposta pelos Estados Unidos ao Brasil
O vice-presidente Geraldo Alckmin afirmou neste domingo (13) que o governo federal está atuando para reverter a nova taxação imposta pelos Estados Unidos a produtos brasileiros. Durante visita ao município de Francisco Morato (SP), ele destacou que a chamada lei de reciprocidade, aprovada recentemente pelo Congresso Nacional, será regulamentada por decreto ainda nesta semana.
“O Congresso aprovou uma lei importante, dizendo: ‘O que tarifar lá, tarifa aqui’. Essa legislação permite não apenas medidas tarifárias, mas também ações não tarifárias. A regulamentação deve sair amanhã ou terça-feira”, explicou Alckmin.
A medida norte-americana, que pode afetar fortemente setores como aço, carne, café, laranja e outros produtos agrícolas, é considerada injustificada pelo governo brasileiro. “O Brasil é o terceiro maior comprador do carvão siderúrgico dos Estados Unidos. Produzimos aço semiplano aqui e exportamos para lá. Há uma integração produtiva. Não faz sentido essa ruptura comercial”, afirmou o vice-presidente.
Alckmin garantiu que um grupo interministerial já está atuando junto a representantes dos setores privados afetados e que o governo também analisa uma reação multilateral. Entre as possibilidades, está o acionamento da OMC (Organização Mundial do Comércio).
“Vamos recorrer à OMC. O mundo econômico precisa de estabilidade e previsibilidade. Estamos trabalhando para reverter essa tarifa porque ela é inadequada e prejudica uma relação de 200 anos de amizade entre Brasil e Estados Unidos”, completou.
Estudos preliminares indicam que o impacto econômico da tarifa norte-americana pode chegar a R$ 20 bilhões para o Brasil.