Em nota repúdio divulgada na noite de ontem (22), a Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul considerou que as imagens onde uma mulher grávida aparece apanhando de um PM, em Bonito, revelam “descontrole e despreparo” na atuação do militar, durante condução da ocorrência policial.
O Núcleo Institucional de Promoção e Defesa dos Direitos da Mulher da Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul (Nudem), que tem como função primordial o atendimento das mulheres em situação de violência de gênero, emitiu nota de repúdio, a agressão, dizendo “não bastasse a agressão desproporcional realizada por agente público dentro de um batalhão contra pessoa sob a tutela do Estado e sem possibilidade de defesa, tratou-se de violência física de um homem contra uma mulher, evidenciando de forma ainda mais gritante a subjugação e as relações de desigualdade e de poder impostas contra a vítima de maneira extremamente violenta”.
Na nota o órgão reconhece a importante função exercida pela Polícia Militar, contudo, mostra-se preocupado com os atos praticados por um oficial cuja conduta deveria servir de exemplo para os demais integrantes da corporação, mas que acabou revelando lamentavelmente descontrole e despreparo na atuação.
Ao final da nota, o Nudem cobra apuração dos fatos e responsabilização dos envolvidos, inclusive daqueles que eventualmente tenham se omitido em adotar providências, ressaltando a necessidade de capacitações continuadas direcionadas aos integrantes da Polícia Militar, indispensavelmente quanto as questões de equidade de gênero.
O caso da agressão está sendo amplamente noticiado pela imprensa, inclusive com a divulgação do vídeo em que se vê a violência, a mulher algemada com as mãos para trás foi violentamente empurrada e recebeu vários socos e chutes de um oficial da PM, identificado como sendo o segundo tenente, André Luiz Leonel.
O que diz a PM
A Polícia Militar de Mato Grosso do Sul divulgou nota neste domingo (22), dizendo que a ocorrência do dia 26 de setembro foi registrada contra a mulher de 44 anos, que foi detida por suspeita de cometer os crimes de desacato, danos ao patrimônio, ameaça, resistência à prisão e embriaguez, inclusive após supostamente ter ameaçado atear fogo no estabelecimento comercial.
A PM afirmou que durante a confecção do Boletim de Ocorrência, a suspeita teria se exaltado contra os policiais, que precisaram a algemar e mantê-la dentro do compartimento para condução de detidos. Quanto às agressões, a PM disse que identificou os policiais envolvidos e determinou a instauração de um Inquérito Policial Militar (IPM) para investigar os fatos. Veja a nota na íntegra:https://f474929ea1ba8c3b548998fbd6a18deb.safeframe.googlesyndication.com/safeframe/1-0-37/html/container.html
“A Polícia Militar do Estado de Mato Grosso do Sul informa que no tocante à ocorrência registrada na noite do dia 26 de setembro do corrente ano, no município de Bonito-MS, onde uma senhora de 44 anos foi detida por ser suspeita de cometer os crimes de desacato, danos ao patrimônio, ameaça, resistência à prisão e embriaguês, teve origem após uma equipe policial militar ser acionada para contê-la, em um restaurante daquele município, após a mesma, supostamente, ter ameaçado atear fogo no local, ameaçado de morte os proprietários e quebrado garrafas dentro do estabelecimento comercial.
Ocorre que durante a confecção do Boletim de Ocorrência, a pessoa detida teria se exaltado contra os PMs que atenderam a ocorrência, sendo necessário o uso de algemas e mantê-la dentro do compartimento para condução de detidos, considerando o avançado estado de embriaguez da mesma.
Quanto as imagens que aparecem no vídeo, foi feita uma análise preliminar do conteúdo, identificando o local e militares envolvidos. Imediatamente, o comandante do CPA-3, coronel Emerson de Almeida Vicente, determinou a instauração de um Inquérito Policial Militar (IPM), que é o instrumento legal para investigar fatos dessa natureza”.





















