Maurício Saito ressaltou que Federação se adaptou as necessidades trazidas pela pandemia
Em entrevista exclusiva ao Enfoque MS, o presidente da Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul), Mauricio Koji Saito, analisou os impactos da pandemia do novo coronavírus (Covid-19) na produção do Estado. Saito destacou o aumento na safra graças as demandas internas e externas, além das transformações necessárias para a continuidade da produção e abastecimento de alimentos nas casas brasileiras.
Questionado sobre como avalia o desempenho dos produtores sul-mato-grossenses, Saito ressaltou que a alta do dólar contribuiu para o aumento da comercialização. “A pandemia da Covid-19 trouxe grandes transformações, em diferentes níveis, para praticamente todos os setores econômicos de Mato Grosso do Sul, como serviços, indústria e agropecuária. Neste cenário, a alta cambial tornou os produtos brasileiros mais competitivos no mercado externo, impulsionando a comercialização de importantes produtos do agro sul-mato-grossense, como celulose, grãos e proteínas. As demandas externa e interna aquecidas contribuíram para a expansão da produção do Estado, como soja e milho, ampliando as expectativas dos produtores e impulsionando o desenvolvimento do setor no estado.
Entre os desafios do campo ao longo de 2020 e continuando em 2021, o presidente ressaltou que além de trazer benefícios a alta da moeda norte americana também encareceu os insumos. “Houve muita resiliência da pecuária e da agricultura. A valorização do dólar amplia a competitividade de nossos produtos, mas por outro lado, encarece insumos. Superar esses desafios só está sendo possível graças às instituições de pesquisa públicas e privadas, e ao perfil empreendedor de nossos produtores rurais, que buscam conhecimento técnico, análises de mercado, investem em tecnologia e inovação, para produzir mais, melhor e com sustentabilidade”.
Sobre as mudanças que a federação fez para melhorar o atendimento, Saito destacou que o sistema foi reestruturado com uso da tecnologia, em reuniões e cursos por meio remoto. “Foi essencial para preservar os resultados alcançados e avançar com as metas propostas para cada propriedade. Também iniciamos projetos que já estavam previstos, mas que passaram por uma aceleração devido à pandemia, como o lançamento da Plataforma EAD Senar/MS, e realização de lives técnicas com transmissão nas nossas plataformas digitais, sobre desafios e oportunidades das principais cadeias produtivas do Estado”.
Saito destacou ainda o projeto do Governo do Estado de levar energia elétrica ao Pantanal e buscar o desenvolvimento na região. “A chegada da energia no Pantanal sul-mato-grossense será crucial na manutenção e desenvolvimento das atividades produtivas da região. A iniciativa, que tem previsão de atender a mais de 2 mil consumidores até 2022, vai ampliar as oportunidades de produção e produtividade no bioma – o mais preservado do Brasil – além de melhorar a qualidade de vida da população, gerando emprego e renda”.