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sábado, 28 de junho, 2025
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Desemprego no Brasil cai para 6,2% e atinge menor nível para o trimestre em 13 anos

Pnad Contínua do IBGE mostra maior volume de emprego com carteira da série histórica no setor privado

O mercado de trabalho brasileiro manteve a trajetória de recuperação no trimestre encerrado em maio de 2025. A taxa de desocupação caiu para 6,2%, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (28) pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) do IBGE. O índice representa uma queda de 0,6 ponto percentual em relação ao trimestre anterior (dezembro de 2024 a fevereiro de 2025) e de 1,1 ponto na comparação com o mesmo período de 2024 — atingindo o menor patamar para o trimestre em 13 anos.

O número de pessoas ocupadas chegou a 103,9 milhões, um aumento de 1,2 milhão de trabalhadores no trimestre e de 2,5 milhões em um ano. A expansão do emprego formal também foi destaque: o total de empregados com carteira assinada no setor privado atingiu 39,8 milhões, o maior da série histórica, com alta de 3,7% na comparação anual.

A melhora no mercado refletiu-se também no rendimento. A massa de rendimento real habitual dos trabalhadores bateu recorde e alcançou R$ 354,6 bilhões, crescendo 1,8% no trimestre e 5,8% em 12 meses. Já o rendimento médio real ficou estável em R$ 3.457, mas com avanço de 3,1% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior.

Queda no desalento e na informalidade

O número de desalentados — pessoas que desistiram de procurar trabalho — recuou 13,1% em relação ao mesmo trimestre de 2024, atingindo 2,89 milhões de pessoas, o menor nível desde 2016. A taxa de subutilização da força de trabalho também caiu, passando de 15,7% para 14,9%.

A informalidade, por sua vez, caiu para 37,8%, atingindo 39,3 milhões de trabalhadores informais. O recuo é atribuído à estabilidade no número de empregados sem carteira (13,7 milhões) e ao crescimento de trabalhadores por conta própria com CNPJ, que aumentou 8,4% no ano.

“O mercado de trabalho se mostra aquecido, com aumento expressivo da ocupação e mais formalização. Isso reduz o número de pessoas que estavam desmotivadas, sem procurar emprego, e amplia a massa de rendimentos no país”, explicou William Kratochwill, analista do IBGE.

Destaques por setor

Entre os setores econômicos, cinco apresentaram aumento de pessoal ocupado na comparação anual:

  • Indústria Geral: +501 mil (+3,9%)
  • Comércio e reparação de veículos: +655 mil (+3,4%)
  • Transporte, armazenagem e correio: +395 mil (+7%)
  • Informação, comunicação e atividades financeiras: +475 mil (+3,7%)
  • Administração pública e serviços sociais: +625 mil (+3,4%)

O único setor com retração foi Agricultura e pesca, com queda de 307 mil postos (-3,9%).

Nível de ocupação cresce

O nível de ocupação — proporção de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar — subiu para 58,5%, ante 58% no trimestre anterior e 57,6% em igual período de 2024.

A próxima divulgação da Pnad Contínua está prevista para 31 de julho, com dados referentes ao trimestre encerrado em junho.

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