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sexta-feira, 26 de abril, 2024
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Dia do Protetor das Florestas: por que a vida está em risco e o que podemos fazer?

Data celebrada em 17 de julho faz referência ao Curupira, mas as ações que podemos tomar para preservar as matas e animais estão mais próximas que essa figura do folclore  

No Brasil, o dia 17 de julho é conhecido por ser o Dia do Protetor das Florestas. A data faz referência ao Curupira, figura do folclore conhecida por ter cabelo de “fogo”, os pés virados para trás e por proteger as matas e os animais das agressões dos seres humanos. 

Enquanto o Curupira é uma lenda, os povos indígenas são reconhecidos por serem os melhores guardiões de suas florestas, como indica relatório da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura e do Fundo para o Desenvolvimento dos Povos Indígenas da América Latina e do Caribe. 

Florestas em risco 

Os índices de desmatamento não param de bater recordes no Brasil, afetando diretamente importantes rios e, consequentemente, a geração de energia hidrelétrica do país. O resultado disso pode ser visto na conta de luz, que ficou mais cara por conta do risco de apagão elétrico ocasionado pelo baixo volume de água.  

“80% do desmatamento no Brasil é causado pela pecuária para a abertura de pastos, segundo a ONU (Organização das Nações Unidas). Ou seja, a pecuária é, de longe, a principal causa da destruição das nossas florestas, por isso, não faz sentido querer proteger nossas matas e financiar a indústria que mais desmata no país”, explica Isabel Siano da Million Dollar Vegan, organização sem fins lucrativos que estimula a adoção de um estilo de vida baseado em vegetais. 

A redução de consumo de alimentos de origem animal é uma das ferramentas (e atitude pessoal) mais eficaz para frear o avanço das perdas dos nossos biomas e biodiversidade. Além disso, segundo a nutricionista Alessandra Luglio (CRN 3 6893), diretora de campanhas da SVB (Sociedade Vegetariana Brasileira), é também uma forma de cuidar melhor da nossa saúde, prevenindo as principais doenças crônicas não-transmissíveis que adoecem a humanidade. “Afinal, existem pessoas saudáveis em um planeta doente?”, questiona a nutricionista. 

As queimadas também continuam crescendo, e até mesmo os direitos dos povos indígenas estão em risco por conta de propostas como o Projeto de Lei nº 490/​2007, que prevê mudanças no reconhecimento da demarcação das terras. Além disso, os povos originários, as matas e os animais têm sofrido com a atividade ilegal de garimpeiros e madeireiros. 

“A pecuária não apenas explora e mata animais para a produção de alimentos, como também contribui para as mudanças climáticas e coloca em risco florestas, povos indígenas e animais selvagens. Além disso, trabalhadores são mantidos em condições análogas a escravidão. Temos que agir politicamente contra esse sistema, e também mudar nossos hábitos alimentares para não subsidiar essa indústria destrutiva”, comenta Carolina Galvani, presidente da ONG Sinergia Animal, que atua na América Latina e Sudeste Asiático. 

Floresta e toda forma de vida 

Vania Plaza Nunes, médica veterinária e diretora técnica do Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal, alerta que plantar mais árvores é preciso, mas com critério, porque existe uma intrincada relação entre centenas e milhares de formas de vida em cada fragmento florestal. 

“É preciso equilíbrio das espécies plantadas com as espécies animais que existem no local. A relação íntima que existe entre a floresta, a mata e toda forma de vida que existe ali dentro é o que suporta e sustenta toda a vida humana. Se tivéssemos de fato essa dimensão, com certeza todos nós estaríamos tendo mais responsabilidade e respeito para preservar o verde, que é o que a gente vê, e toda a forma de vida que a gente não vê.” 

O que podemos fazer? 

Sabendo que sem floresta não há vida, cada indivíduo pode assumir alguns compromissos para que, no dia a dia, possa estimular e ajudar na preservação das matas e animais:  

  1. Apoiar ações de proteção das florestas e seus guardiões. 
  2. Repensar os cardápios para aumentar o consumo de vegetais. 
  3. Repensar o consumo de forma geral. 
  4. Incentivar os Rs da sustentabilidade: repensar, recusar, reduzir, reutilizar e reciclar. 
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