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quarta-feira, 7 de maio, 2025
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“Ecos da Estranheza”: o grotesco e a coletividade em destaque na Galeria da UFMS

Aberta à comunidade universitária até o dia 28 de maio, a exposição Ecos da Estranheza ocupa a Galeria de Artes Visuais da UFMS, localizada no térreo do bloco 8 da Cidade Universitária. A mostra, que pode ser visitada de segunda a sexta-feira, das 13h30 às 16h30, reúne obras do coletivo Breu, formado por egressos do curso de Artes Visuais da instituição.

Com curadoria resultante de um edital interno da universidade, a exposição integra a programação anual da Galeria, que prevê sete mostras em 2025. “Quatro delas são frutos de editais, sendo um nacional e outro interno para propostas de docentes. E, como tradição, encerramos o ano com a exposição dos formandos”, explica a professora Priscilla Pessoa, da Faculdade de Artes, Letras e Comunicação (Faalc) e integrante da comissão responsável pela galeria.

O coletivo Breu, composto por artistas que se conheceram ainda como estudantes da UFMS, é formado atualmente por beare, Mär Cozta, Maya Severino, VDB e Thais Soares. Unidos pela afinidade artística e afetiva, os integrantes compartilham inquietações estéticas que se refletem nas obras expostas. “Coletivos artísticos resgatam a força da coletividade, contrapondo-se à tradicional visão do artista isolado”, destaca Priscilla.

Ecos da Estranheza propõe uma imersão no universo do grotesco — conceito artístico que remonta à Roma antiga e atravessa os séculos com significados associados ao bizarro, ao fantástico e ao absurdo. A exposição reúne desenhos, pinturas, fotografias, imagens digitais, livros e instalações, compondo uma narrativa visual entre o repulsivo e o encantador.

“A escolha das obras foi cuidadosa. Apesar de terem sido criadas individualmente, elas conversam entre si e formam uma narrativa coerente e provocativa”, explica beare, uma das artistas do grupo. Segundo ela, o processo de curadoria surgiu a partir da escuta sensível entre os membros do coletivo, que perceberam ecos poéticos em suas produções.

As obras trazem figuras distorcidas, insetos, criaturas oníricas e simbologias carregadas de tensão e beleza. “Queremos provocar e acolher, causar estranhamento e encantamento. Cada obra é uma extensão do que somos”, afirma beare. “Somos um coletivo múltiplo que vibra junto, e convidamos o público a mergulhar conosco nesse universo entre o sonho e o pesadelo.”

A exposição é uma oportunidade não apenas de fruição artística, mas também de reconhecimento do potencial criativo emergente dos próprios egressos da universidade. “Selecionamos Ecos da Estranheza tanto pela qualidade estética quanto pela importância de abrir espaço para novos artistas locais”, reforça Priscilla Pessoa.

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