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terça-feira, 16 de abril, 2024
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Elza Soares resgata clássicos em live com Agnes Nunes e Seu Jorge

Cantora, de 90 anos, que “por enquanto” não tem planos de gravar um álbum dedicado exclusivamente ao samba, faz apresentação rara nesta sábado (12).

Elza Soares, de 90 anos, é uma mulher inquieta. Em mais de 60 anos de carreira, a cantora, que acumula uma discografia com 84 títulos, segue produzindo arte com a disposição de quem ainda dá os primeiros passos na música. 

Neste sábado (12), a partir das 20h, a artista veterana faz uma viagem no tempo para revisitar grandes clássicos do samba, em live no YouTube, ao lado de Seu Jorge e da também cantora Agnes Nunes. 

Em conversa com o R7, Elza contou que a expectativa para o encontro é a “melhor possível” e, também, deu indícios de que o show digital tem tudo para ser uma oportunidade rara para quem acompanha a sua trajetória.

A cantora, que nos últimos 20 anos passou por uma transformação estética e artística, “por enquanto” não pensa em voltar a gravar um disco exclusivamente dedicado ao gênero. “Por enquanto eu ainda não pensei nisso. A vontade ainda não chegou”, explica. 

Com uma obra tão vasta e complexa, em que o samba —mais do que interpretado foi sentido na pele—, resumir a relação com o estilo se torna praticamente inviável para ela. “O samba foi o caminho. A estrada aberta. Não sei dizer como eu resumiria. Está aí. É o resumo da obra”.

Duas décadas após ser eleita a ‘Melhor Cantora do Milênio’ pela BBC de Londres, Elza Soares está longe de sentir o peso de seus 90 anos de vida. Em pouco mais de 20 anos, ela conseguiu fazer da trajetória pessoal matéria-prima para ressignificar tragédias, atualizar o discurso e, assim, se transformar em uma das principais vozes da juventude brasileira.

 Com uma obra tão vasta, vale ressaltar, é praticamente impossível sintetizar todos os elementos desse processo tão pessoal e humano. Entretanto, o título dado pela BBC, em 1999, é ponto de referência de um momento responsável por chamar a atenção de um Brasil que, por vezes, não soube reconhecer o tamanho de Elza.

Dura na Queda, em referência à canção oferecida a ela por Chico Buarque — e que abre o álbum Do Cóccix Até O Pescoço, de 2002 —, Elza, sem a pretensão de fazê-lo, dava ali um importante passo em direção às narrativas e às linguagens que passariam a apontar os novos rumos de sua vida e carreira.

O público de Elza Soares, até 2014, era predominantemente composto por pessoas maiores de 55 anos. Hoje, de acordo com informações obtidas com a Deezer — uma das principais plataformas digitais de música no país —, 40,33% do público dela na ferramenta está concentrando entre pessoas de 26 a 35 anos.

A ampliação e a renovação do público, no entanto, só foi possível após análise da obra dela. “À época, fui pesquisar para ver se ela comunicava com o público mais jovem. E a obra dela era total jovem. A Elza é muito contemporânea. E aí veio A Mulher do Fim do Mundo, que é totalmente contemporâneo, depois Deus é Mulher, Planeta Fome… Tudo com a Elza”, contou Loureiro, em conversa com o R7, no fim de 2019. 

Com informação:R7

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