26.8 C
Campo Grande
quinta-feira, 25 de abril, 2024
spot_img

Exposição “Yvypóry – Habitantes da Terra” será apresentada na Galeria de Vidro

Pinturas inspiradas na cultura indígena, parte da terceira mostra entre os contemplados pelo Prêmio Ipê de Artes Visuais será apresentada na próxima quarta-feira (17). O vernissage promovido pela Prefeitura de Campo Grande, por meio da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Sectur), traz a coleção “Yvypóry – Habitantes da Terra”, do artista plástico Ghva Mauricio. A abertura está programada para às 19h, na Galeria de Vidro.

O público presente poderá apreciar 27 pinturas sobre tela que foram elaboradas entre 2020 e 2022. A mostra é reflexo de uma pesquisa realizada por Ghva há mais de 20 anos sobre comunidades indígenas e afro-brasileiras e traz no nome a língua guarani, uma das etnias que foram retratadas nos quadros. A cultura das tribos sul-mato-grossenses kadiwéu, chamacoco e terena também aparece nas obras, além de povos de outras regiões do País, como xavante, paiter suruí e ianomami.

Agregando a leitura às ciências humanas trabalhadas por Ghva, a cerimônia de inauguração contará com a presença da colaboradora histórica da causa indígena em Mato Grosso do Sul Yuri Lee Matsunaka, apresentando um texto de sua autoria; o evento terá ainda a participação do DJ Tamys e de Begét de Lucena.

Segundo o autor, seu objetivo com a coleção é enaltecer e valorizar a identidade, a força e a herança ancestral dos povos originários, símbolos de honra e resistência, além de remeter ao Dia Internacional dos Povos Indígenas, celebrado no dia 9 de agosto. A exibição fica aberta aos campo-grandenses até o dia 31.

Ghva foi um dos 21 vencedores do Prêmio Ipê de Artes Visuais, que contemplou artistas que desenvolvem seus trabalhos em Mato Grosso do Sul e Campo Grande com o valor de R$ 5 mil. O edital também prevê que todos os selecionados ministrem uma oficina gratuita – dentro do prazo de um ano – para que possam compartilhar um pouco de suas técnicas com novos talentos locais.

Sobre o autor 

Natural do estado de Rondônia e descendente de migrantes nordestinos, Gevanildo Mauricio da Silva, o Gheva, viveu uma infância rural no município de Cacoal, localizado em plena floresta amazônica. A presença dos índios suruís na cidade era constante, assim como a convivência com a fauna e a flora únicas do bioma, que despertaram o interesse do artista pelo desenho de observação.

Na obra de Ghva há o predomínio de combinações de cores e colagens, que remontam à força e à beleza de comunidades indígenas e quilombolas. A produção do artista também chamou a atenção da antropóloga e historiadora Maria Barcelos (RO), por conta da investigação sobre as diversas etnias indígenas brasileiras, seus grafismos, sua iconografia e suas cores, bem como os registros históricos sobre o assunto, frequentemente pesquisados por ele.

Em Mato Grosso do Sul desde 2004, Ghva tem no currículo uma série de projetos desenvolvidos por aqui, entre eles o Festival Mba’e Porã (2020); o Espelhos da Terra (2021), com a Aldeia Urbana Marçal de Souza; e exposições em diversos espaços institucionais, como na TV Educativa, Fórum de Campo Grande, Uniderp e Unimed.

Fale com a Redação