Um registro inusitado chamou a atenção na Estância Mimosa, atrativo turístico de cachoeiras em Bonito: araras-azuis e araras-vermelhas disputando um ninho artificial instalado na propriedade. A cena, além da beleza e do comportamento natural das aves, evidencia o sucesso das ações de conservação realizadas no local.
A instalação dos ninhos artificiais faz parte da parceria entre a Estância Mimosa e o Instituto Arara Azul, iniciada em 2019. O projeto tem como objetivo oferecer abrigos adequados para a arara-azul (Anodorhynchus hyacinthinus) — espécie símbolo da conservação no Brasil — além de beneficiar outras aves, como a arara-vermelha e a arara-canindé.
Para a bióloga Neiva Guedes, diretora do Instituto Arara Azul e referência nacional no estudo da espécie, a disputa observada é um sinal positivo. “Vejo uma disputa bem acirrada entre as araras-azuis e as vermelhas por cavidade, neste caso, a caixa. Estamos para instalar 11 caixas novas na Estância Mimosa em breve. Isso será bacana porque vai diminuir essa disputa. Elas estão iniciando o período reprodutivo, e cada uma quer a sua casa — ‘minha casa, minha vida’”, comenta.
O episódio reforça o papel da Estância Mimosa como exemplo de ecoturismo aliado à conservação. Além de oferecer trilhas pela mata e visitação a diversas cachoeiras, a propriedade é uma Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) e foi o primeiro atrativo de ecoturismo no mundo a receber a certificação Climate Positive, concedida pela organização internacional Green Initiative, que reconhece empreendimentos capazes de capturar mais carbono do que emitem.
A equipe da Estância Mimosa e do Instituto Arara Azul seguem trabalhando em conjunto para ampliar as ações de conservação e promover um ambiente seguro para a fauna local. A previsão é que mais 11 ninhos sejam instalados em breve, contribuindo para o sucesso reprodutivo das araras e o equilíbrio do ecossistema.