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sexta-feira, 26 de abril, 2024
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Fazendeiro deixou mais de 65 gados morrerem de fome no interior de MS

Um criador de gados foi multado em R$ 330 mil pela Polícia Militar Ambiental (PMA) após ser flagrado por crimes de degradação de pastagem, erosão e ainda por maus-tratos contra animais. Na propriedade, localizada na cidade de Iguatemi, foram encontrados 65 bois já mortos por fome e outros 11 desnutridos e sem sequer conseguirem ficar de pé para caminhar.

O caso foi registrado na quarta-feira (18) e divulgado nesta quinta (19), de acordo com a PMA, uma denúncia informou a guarnição de Mundo Novo sobre a existência de animais mortos em uma fazenda de Iguatemi. Ao confirmar os fatos, os policiais flagraram a pastagem totalmente degradada, em grande parte apresentando somente a terra nua sem gramínea e o gado já não conseguia mais retirar o alimento. O proprietário rural, de 49 anos, não suplementava com outro tipo de alimento e todos os animais estavam extremamente debilitados, com partes ósseas expostas.

Veja o vídeo da PMA em que mostra a situação dos animais na área degradada:

Foram encontrados no local 65 animais já mortos devido à desnutrição pela falta de alimentação e 11 caídos sem conseguirem levantar. Ao todo, segundo a irmã do proprietário que acompanhou a vistoria, eram 285 animais na fazenda. Foi constatado ainda que o criador abriu a área de vegetação protegida da reserva legal para o gado comer, porém, além de degradar a vegetação, não resolveu o problema pois não havia pastagem no local e os animais rapidamente consumiram toda a vegetação.

Diante dos fatos, a PMA apreendeu todos os gados que ainda estavam vivos e, após contato com a Agência Sanitária Animal e Vegetal (IAGRO), notificou o proprietário a remover o gado imediatamente da reserva legal da propriedade e adquirir alimentação suplementar para os animais, sob pena de poder responder por crime de desobediência e ser autuado novamente.

Fazendeiro deixou mais de 65 gados morrerem de fome no interior de MS
Ravinas e voçorocas encontradas na propriedade.

Ainda conforme a PMA, na fazenda um outro problema ambiental foi encontrado, o de processos erosivos. Os policiais constataram que, pela falta de atividades de conservação do solo, houve a formação de ravinas e voçorocas de dimensões variadas, inclusive, pela contribuição do pisoteio do gado, que tinha acesso a área. Os sedimentos da parte degradada das erosões eram carreados para um curso d’água nas proximidades.

O proprietário foi notificado a apresentar um Plano de Recuperação da Área Degradada e Alterada (PRADA) junto ao órgão ambiental estadual para a recuperação da área. As atividades foram interditadas.

Pelas infrações, a PMA autuou e multou administrativamente o criador de gados em R$ 285.000,00 pelos maus tratos aos animais, mais R$ 25.000,00 pela degradação causada à vegetação protegida de reserva legal e outros R$ 20.000,00 pelas erosões, perfazendo um total de R$ 330.000,00 em multas.

Ele também responderá por três crimes ambientais, sendo que no caso dos maus tratos e degradação da reserva legal a pena é de três a um ano para cada um e, pela erosão, a pena é de um a quatro anos de reclusão.

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