Latinhas, plásticos, papéis, vidros e até óleo de cozinha ganharam um destino bem diferente do lixo durante o Festival América do Sul (FAS) 2025, realizado entre os dias 15 e 18 de maio em Corumbá, no coração do Pantanal. Graças à atuação da empresa Du Bem, especializada em educação ambiental e reaproveitamento de resíduos, o evento se tornou um exemplo prático de como é possível unir cultura, sustentabilidade e impacto social.
Ao longo dos quatro dias de festival, foram recolhidos e destinados corretamente 1.500 quilos de resíduos recicláveis, sendo 657 kg de latinhas de alumínio, 486 kg de vidro, 230 kg de plástico e 127 kg de papel. Só com as latinhas, os catadores parceiros faturaram R$ 3.942,00, fortalecendo a economia circular local.
Mas o grande destaque ficou para a coleta de 80 litros de óleo de cozinha usado, volume quatro vezes maior do que no ano anterior. A quantidade foi suficiente para evitar a contaminação de cerca de 2 milhões de litros de água, uma contribuição direta para a preservação do rio Paraguai, do Pantanal e de toda sua biodiversidade.
Consciência que transforma
A ação surpreendeu e engajou tanto os visitantes quanto os trabalhadores do festival. A vendedora Ana Carolina, responsável por uma barraca de salgados, se disse surpresa ao descobrir o impacto do descarte inadequado do óleo. “Estou impactada com essa informação! Tenho várias garrafas de óleo guardadas em casa e não sabia onde descartar. Agora descobri que posso levar no estande da Du Bem e ainda ganhar sabão em troca. Melhor impossível!”, relatou.
A empreendedora Rositelma Vargas, da Barraca do Peixe, que já pratica o descarte consciente, também participou da ação. “Nunca joguei óleo no meio ambiente. Sempre guardo para quem precisa. Fiquei muito feliz em saber que, além de ajudar a natureza, posso transformar isso em sabão para meu próprio uso”, contou.
Educação ambiental como legado
Além da coleta seletiva, o estande da Du Bem ofereceu oficinas de produção de sabão artesanal a partir do óleo usado, além de atividades educativas para crianças e adultos. A proposta foi mostrar que resíduos podem se transformar em soluções, fortalecendo uma cultura de sustentabilidade.
O projeto também contou com a parceria do MS Tampinhas, que arrecada tampinhas plásticas e lacres de alumínio para financiar ações de proteção animal, como castrações e alimentação de pets resgatados.
Todo o material coletado foi destinado a empresas locais, fortalecendo a cadeia da reciclagem em Corumbá.
Desafio diário
Apesar dos bons resultados, a cidade ainda enfrenta sérios desafios na gestão de resíduos, especialmente por estar localizada às margens de um dos rios mais importantes da América do Sul. “Estamos falando de uma cidade que tem uma responsabilidade enorme com o meio ambiente. O mínimo que podemos fazer é cuidar do que jogamos fora. Esse trabalho precisa ser constante, coletivo e cotidiano”, destacou Ana Franzoloso, fundadora da Du Bem.
Os números do FAS 2025 provam que, quando há informação, estrutura e incentivo, a mudança é possível. E o maior beneficiado é o próprio Pantanal, que segue contando com a força de quem entende que proteger a natureza é proteger a si mesmo.
