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quarta-feira, 28 de maio, 2025
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Gleice Jane denuncia cenário alarmante nas escolas públicas de Dourados

A situação da educação no município de Dourados foi o assunto abordado pela deputada Gleice Jane (PT) na tribuna da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALEMS), durante a sessão ordinária desta terça-feira (27).  A parlamentar visitou várias escolas da rede pública e trouxe à tona uma realidade alarmante: superlotação das salas, falta de vagas, estruturas improvisadas e uma exclusão que atinge, principalmente, as crianças da educação especial.

Com o crescimento populacional, as escolas municipais não estão dando conta da demanda, conforme relatou a deputada. Sem novas construções e com turmas já lotadas, todos os espaços escolares estão sendo transformados em salas de aula improvisadas. “O impacto recai diretamente sobre as famílias, especialmente as mães, que são forçadas a recorrer à Justiça para garantir o direito dos filhos à educação. Do outro lado, as professoras enfrentam uma estrutura inadequada e jornadas esgotantes. Esse cenário recai sobre as mulheres, mães e professoras”, disse.

Para Gleice, a situação é ainda mais grave para as crianças da educação especial. Sem laudo médico, muitas não têm acesso ao atendimento educacional especializado nem à professora de apoio. “Conseguir esse laudo não é fácil. O SUS não dispõe de equipes suficientes para realizar diagnóstico e o setor privado é inacessível para a maioria das famílias. Sem laudo, não há apoio. Sem apoio, não há inclusão”.

Outro problema estrutural citado pela deputada é a terceirização dos serviços nas escolas. Profissionais administrativos contratados por empresas, cria uma gestão paralela dentro da própria escola. “O diretor da rede precisa lidar com demandas e regras de outra organização, o que gera conflitos, enfraquece a autonomia da escola e prejudica a gestão pedagógica”, afirmou.

A desigualdade salarial também foi ressaltada pela parlamentar. “Terceirizados ganham menos que os contratados; temporários ganham menos que os servidores efetivos, e todos realizam funções essenciais à educação, mas com direitos e reconhecimento completamente diferentes”. A precarização, segundo Gleice, desvaloriza o trabalho escolar, desmotiva os profissionais e impacta diretamente na qualidade do serviço oferecido às crianças.

Ao fim do discurso, a deputada fez um alerta. “O governo deixou de construir escolas, terceirizou serviços essenciais, sobrecarregou os municípios e empurrou o problema para quem está na ponta: mães, professoras e crianças. Não há desenvolvimento possível sem investimento em educação”. Para amenizar a situação de Dourados, Gleice sugeriu que o Poder Executivo Estadual construa, pelo menos, três escolas para atender a aldeia indígena, a região do Hospital Regional e no Distrito Industrial.

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