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quarta-feira, 24 de abril, 2024
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História do bloco “As Depravadas” começou numa conversa entre amigos da imprensa em bar

O nome “As Depravadas” surgiu como homenagem a outro bloco tradicional de um bairro de São Luis do Maranhão, que também era “bloco de sujos”.

23/01/2020 17h01
Por: Redação

Criado por um grupo de profissionais da imprensa, o bloco de rua “As Depravadas” se prepara para mais um ano de folia nas ruas de Campo Grande. Já são 27 anos de muita alegria e confusão com um nome polêmico. Mas, antigos integrantes e fundadores do bloco explicam que não passa de uma brincadeira para criar “manchete”, como é natural na imprensa.

“O nome do nosso bloco é uma manchete mesmo, coisa de jornalista. E, como cristão, sofro críticas por estar entre meus amigos e colegas de profissão num bloco de carnaval este nome escandaloso, mas faço prevalecer a integração social e a grande contribuição que “As Depravadas” têm dado ao carnaval de rua de Campo Grande nos últimos 27 anos”, disse Ademar Cardoso, jornalista há 42 anos na capital.

Com o tema “O Relógio marcou o tempo do reencontro fraterno da faceira Quatorze com o elegante Barão”, em 2020 “As Depravadas” homenageia o novo momento da principal rua da capital sul-mato-grossense. A 14 de Julho, que está revitalizada, com o relógio de volta e de cara nova, sempre esteve inserida no roteiro do bloco, que quer reviver a alegria dos antigos carnavais ao lado de comerciantes, moradores e trabalhadores da 14, como a rua é carinhosamente chamada.

O publicitário Maranhão Viegas, que morou por muitos anos em Campo Grande e é um dos criadores do Bloco “As Depravadas”, conta que a história é muito bacana e começa numa conversa de botequim. “Foi numa mesa ali no Bar do Zé, a gente falando sobre carnaval e brincando sobre isso. Lá pelas tantas, alguém disse ‘ah, mas aqui não tem essa tradição’. Foi aí que juntou eu, o Higa, o Ariosto Mesquita, o Luiz, o saudoso Luca Maribondo, mais um monte de gente e começamos a sentir necessidade de botar o bloco na rua, literalmente. Foi então que nasceu “As Depravadas”. Não sei se as pessoas sabem, se dão conta da origem desse nome, mas havia um bloco similar na minha infância, lá no Bairro Madre Deus, em São Luis do Maranhão. Era o bloco “Depravadas”, que já mantinha essa tradição de bloco de sujos, onde os homens saíam vestidos de mulher e as mulheres saíam vestidas de homem numa festa tremenda. Esse episódio da formação do bloco é uma lembrança muito querida para mim”, ressalta Viegas.

O fotógrafo e um dos fundadores, Roberto Higa, lembra de um episódio marcante do início do bloco. “Quando acabava o bloco nós trocávamos de roupa dentro do carro, lá na frente do Bar do Zé. Um amigo nosso, o Célio, deixou a roupa dentro do carro de uma pessoa que foi embora antes dele e, como ele andava de ônibus, teve que voltar para casa vestido de ‘dama da noite’, cheio de plumas, de meia arrastão e tudo. Foi a maior algazarra até o bairro Coophavila, onde ele morava. Enfim, o bloco é isso mesmo. Uma brincadeira comandada por jornalistas e o pessoal da comunicação e, com certeza, vou participar até quando eu tiver saúde. Até pensei em parar de sair no bloco e pendurar as chuteiras, mas resolvi que vou chegar aos 70 anos no As Depravadas com a mesma alegria e a mesma satisfação”, finaliza Higa, um dos membros mais queridos do bloco.

Ponto de encontro

A concentração do As Depravadas é no dia 15 de fevereiro (sábado), às 9h da manhã, no Bar do Zé, que fica na rua Barão do Rio Branco, 1.213, no centro de Campo Grande. Tradicionalmente o bloco faz seu desfile uma semana antes da data oficial do carnaval para que os profissionais da imprensa possam participar, já que muitos estão de plantão no feriado. Segundo a organização, todos os que gostam de ouvir marchinhas antigas e de brincar o carnaval estão convidados. É só ir com a fantasia e a alegria.

Assessoria Bloco As Depravadas.

Foto - Roberto Higa

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