Mais de 70 mil seguidores e crescendo a cada dia. Advogados e Influencers, Rafael Cândia e João Ricardo Batista compartilham vídeos no Instagram sobre a rotina da advocacia. Em visita à OAB/MS, eles contaram sobre a iniciativa e a importância das redes sociais, a convite do presidente Mansour Elias Karmouche.
O “Advogado e Ator com dicção afiada” como se descreve no Instagram, Rafael Cândia de 27 anos faz sucesso entre os jovens advogados e advogadas sul-mato-grossenses. Assim como o Advogado Criminalista João Ricardo, de 37 anos, que em storytelling (capacidade de contar histórias) divide sua rotina no Tribunal do Júri.
Ambos nascidos em Campo Grande e com mais de três anos de advocacia, eles falaram à imprensa da OAB/MS sobre a vontade de compartilhar seus anseios e angústias àqueles que estão começando na carreira.
Cândia viu no Instagram uma oportunidade de mostrar, em vídeos, a rotina dos advogados e advogadas. Em um dos seus vídeos, com mais de 82 mil visualizações, ele brinca com o relacionamento entre juiz e advogado em audiência online. “A ideia surgiu das dificuldades dos novos advogados em atuar. Estruturei um plano para ajudar, mas não sabia como chegar nesse público. Eu sabia que eu era bom para escrever roteiros e descobri então o atuar, com humor, o que desperta o interesse nos vídeos”.
Ele conta que não era um dos melhores alunos na escola, pelo contrário, mas já tinha o dom da oratória. De março para cá, ele viralizou e ganhou milhares de curtidas e novos seguidores. A explicação, segundo ele, está na dinâmica do seu perfil. “Nos vídeos conta muito a qualidade de imagem, o som, um bom roteiro mas, além disso, eu sou muito autêntico nos stories e feeds, mostro o dia a dia da advocacia da advocacia e de forma leve”.
João Ricardo atua na advocacia criminal e no Instagram compartilha um pouco da sua rotina. O vídeo mais acessado do perfil mostra sua atuação em defesa de cliente no plenário do júri e contabiliza mais de 77 mil visualizações. “Desde que comecei a advogar, notei q ue as redes sociais eram um meio de divulgação e que podia ser feita sem ferir a ética profissional. Com o tempo vi que as pessoas se interessavam pela minha rotina. Comecei a ganhar autoridade não só pelas redes, mas pelo profissional que me tornei. Surgiram oportunidades, parcerias e clientes, nunca banalizando a publicidade ou mercantilizando a advocacia, mas estudando e divulgando o profissional que me construí”.
Mais de duas décadas separam a carreira de Rafael e João da de Mansour Karmouche. ouvindo os mais jovens, o Presidente da OAB/MS lembrou do seu começo na advocacia. Uma sala pequena na região da antiga rodoviária de Campo Grande, dividindo o prédio com um cabeleireiro. E a captação de clientela? Enquanto Mansour transitava no Fórum, conversava pessoalmente com vários para conseguir clientes e parcerias, Cândia compartilha vídeos satirizando esse período de início de carreira e recebe milhares de curtidas e comentários.
Ele comenta: “Antigamente demorava um ano para distribuir centenas de cartões. Hoje, em um story, mais de 15 mil pessoas assistem. É uma oportunidade que atinge as pessoas imediatamente. Os advogados têm sim que usar e abusar, mas com intuito de informar, sempre dentro do Código de Ética”.
Karmouche destaca a importância da conquista de novas regras na publicidade jurídica. “Em 21 de julho, o Conselho Federal publicou o Provimento 205/2021, que atualiza as regras de publicidade, autorizando o uso de ferramentas tecnológicas e redes sociais para promoção dos serviços jurídicos, como impulsionamento de conteúdo. Vitória em prol dessa nova advocacia, da qual vocês fazem parte, de uma nova era, mais democrática e acessível a todos”.
João Ricardo relata a necessidade de se atualizar e estar nas redes. “Cada advogado é único. A história de todo mundo é interessante e as pessoas querem saber. Muitas vezes, os advogados perdem uma série de oportunidades e deixam de fazer publicidade por ter receio, vergonha ou inibição de mostrar quem são nas redes sociais. O advogado e advogada, no início da carreira, tem sim que usar as redes sociais que têm mais circulação que jornais e revistas e grande alcance. Então, parem de reclamar e usem as redes sociais”, conclui.
Texto: Catarine Sturza / Fotos: Gerson Walber
