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sábado, 15 de novembro, 2025
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Jovens de MS representam o estado na etapa nacional do CNA Jovem com projetos de impacto para o agro

Duas jovens sul-mato-grossenses representam o estado na etapa nacional do CNA Jovem, programa do Senar em parceria com a CNA que identifica e desenvolve novas lideranças para o setor. Maria Eduarda Carvalho Faria, Paranaíba, e Franciele Rosa de Souza, de Campo Grande, estão participando de uma sequência de encontros presenciais: o primeiro aconteceu em outubro, o segundo ocorre agora, de 14 a 16 de novembro, e o último será realizado em dezembro.

Durante as imersões, os jovens participam de palestras, oficinas, dinâmicas e atividades práticas, aprofundando conhecimentos sobre liderança, desafios do setor e construção de soluções para o desenvolvimento da agropecuária brasileira. A troca com participantes de todo o país e a vivência colaborativa são marcas dessa fase nacional.

Da etapa estadual ao destaque nacional

Nesta edição, foram 19 participantes da fase estadual em Mato Grosso do Sul, e dois avançaram para representar o estado na etapa nacional. Para a analista educacional do Senar/MS e responsável pelo programa no estado, Sara Gomes, o CNA Jovem cumpre um papel essencial na formação de novas lideranças. “O programa é importante para garantir a representatividade do setor no futuro e fortalecer a valorização do meio rural como espaço de oportunidades”, ressalta.

Agora na fase nacional, a presença das jovens sul-mato-grossenses amplia a visibilidade do estado dentro do programa. “Ter jovens sul-mato-grossenses na etapa nacional significa assegurar que as especificidades do nosso agronegócio sejam conhecidas, debatidas e replicadas em outras regiões”, destaca Sara.

O incentivo à sucessão familiar de Maria Eduarda

Para Maria Eduarda Faria, o CNA Jovem ajudou a ampliar a visão sobre o setor. “Conheci mais dos sistemas e tive a oportunidade de conhecer pessoas de diversas regiões do Brasil. A metodologia aplicada ajuda bastante nas situações do dia a dia”, afirma.

Na etapa de projetos, a também filha de pecuarista, está no caminho para a sucessão e, pensando nos colegas, desenvolveu a iniciativa “Programa Jovem Gestor”. Maria Eduarda notou relatos da falta de interesse dos jovens em assumir funções nas propriedades rurais. “A ideia é atraí-los cada vez mais para o envolvimento nas propriedades e decisões que a envolvem”, explica.

Ao ser selecionada para a etapa nacional, ela descreve a sensação como “uma honra”. E sobre o primeiro encontro presencial, conta que a experiência superou as expectativas: “O curioso é ver que os problemas se repetem, independentemente do estado. No início eu estava ansiosa, mas depois de conhecer os colegas, os ânimos se acalmaram e conseguimos aproveitar bem. ”

As soluções para ampliar o crédito de Franciele

Já Franciele de Souza destaca que o CNA Jovem ampliou sua visão sobre liderança e impacto. “O programa ampliou minha visão sobre liderança, fortaleceu minhas competências, e, principalmente, me ajudou a alinhar propósito, impacto e responsabilidade. Sinto que cresci muito profissionalmente e pessoalmente ao longo do processo”, destaca.

Ela também ressalta a evolução na comunicação e na interação com outras pessoas, algo que antes não era seu ponto forte. “Sempre fui mais reservada, e esse ambiente colaborativo me ajudou a me expressar melhor e me sentir mais segura na troca com os colegas.”

Seu projeto tem como foco ampliar o acesso dos produtores rurais ao crédito em Mato Grosso do Sul, reduzindo barreiras burocráticas e fortalecendo a atuação da Assistência Técnica e Gerencial. A ideia surgiu a partir da convivência com técnicos de campo e da observação de dificuldades recorrentes enfrentadas pelos produtores.“Percebi um espaço para criar algo que apoiasse, padronizasse processos e tornasse esse caminho mais simples, claro e acessível para o produtor rural”, explica.

Ao ser selecionada para o nacional, Franciele descreve uma mistura de surpresa e responsabilidade mas também de gratidão. Ela destaca que o apoio da família, dos colegas da ATeG e da turma estadual foi fundamental. Sobre as viagens, ela reforça que a experiência é transformadora: “O que mais gosto é a energia do grupo: todo mundo engajado, aprendendo junto e compartilhando realidades diferentes do agro. Dá uma sensação muito forte de pertencimento e propósito.”

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