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segunda-feira, 2 de junho, 2025
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Mais de 30% das crianças brasileiras de 5 a 9 anos estão acima do peso, aponta IBGE

Dia de Conscientização alerta para epidemia de obesidade mórbida infantil no Brasil e no mundo

O Dia da Conscientização Contra a Obesidade Mórbida Infantil, celebrado na próxima terça-feira (3), chama a atenção para um dos maiores desafios de saúde pública da atualidade. A obesidade infantil, considerada uma epidemia global pela Organização Mundial da Saúde (OMS), atinge cerca de 224 milhões de crianças em idade escolar no mundo.

De acordo com a OMS, o avanço desse problema está diretamente ligado a fatores políticos, econômicos, sociais e culturais, além de hábitos de vida adotados desde os primeiros anos de idade.

No Brasil, os dados são igualmente alarmantes. Levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revela que uma em cada três crianças, entre cinco e nove anos, está acima do peso. Dados do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (Sisvan), de 2019, mostram que 16,33% das crianças brasileiras entre 5 e 10 anos estão com sobrepeso, 9,38% têm obesidade e 5,22% enfrentam casos graves da doença. Entre os adolescentes, os índices são ainda mais preocupantes: 18% apresentam sobrepeso, 9,53% têm obesidade e 3,98% estão com obesidade grave.

Sedentarismo e alimentação ultraprocessada estão entre os vilões

Para o Ministério da Saúde, o crescimento dos índices está relacionado principalmente ao consumo excessivo de alimentos ultraprocessados, associado à falta de atividade física. Itens como refrigerantes, salgadinhos, doces e fast food têm substituído alimentos naturais, como frutas, verduras e legumes, na dieta de crianças cada vez mais jovens.

O quadro se agravou nos últimos anos com as restrições impostas pela pandemia de Covid-19. O período de isolamento social favoreceu o sedentarismo, alterou rotinas e levou ao aumento do consumo de alimentos não saudáveis, contribuindo para o avanço dos casos de obesidade infantil. A própria doença teve a obesidade como um dos fatores de risco para agravamento em crianças e adolescentes.

Impactos severos na saúde física e emocional

As consequências da obesidade infantil vão muito além da balança. O problema está associado a uma série de complicações de saúde, como diabetes, hipertensão, doenças cardiovasculares, dificuldades respiratórias e risco aumentado de fraturas. No campo emocional, os efeitos são igualmente preocupantes, incluindo baixa autoestima, transtornos alimentares, ansiedade e isolamento social.

Combate exige ação conjunta

Para reverter esse cenário, a OMS recomenda que desde os primeiros anos de vida, crianças sejam estimuladas à prática regular de atividades físicas. Bebês de até 1 ano devem ter pelo menos 30 minutos de movimentação diária, enquanto crianças de 1 a 4 anos devem praticar 180 minutos de atividades, sendo 60 minutos de intensidade moderada a vigorosa para aquelas entre 3 e 4 anos. A partir dos 5 anos, o ideal é manter, no mínimo, uma hora diária de exercício físico moderado.

Especialistas reforçam que, mesmo com limitações de espaço, é possível criar rotinas saudáveis em casa, com brincadeiras ativas, circuitos, danças e alongamentos, além de repensar os hábitos alimentares, priorizando alimentos frescos e naturais.

O combate à obesidade infantil, segundo os especialistas, não é responsabilidade apenas das famílias, mas depende também de ações conjuntas envolvendo escolas, governos e toda a sociedade, por meio de educação alimentar, incentivo ao esporte e políticas públicas voltadas à saúde e bem-estar das crianças.

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