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terça-feira, 3 de junho, 2025
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Morenão segue fechado e impasse sobre gestão será tema de audiência pública

Fechado desde abril de 2022, o Estádio Pedro Pedrossian, o tradicional Morenão, em Campo Grande, segue sem previsão de reabertura. Mesmo após um acordo firmado em janeiro deste ano para que a gestão do estádio fosse transferida da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) para o governo estadual, o processo ainda não foi efetivado, mantendo o espaço sem atividades esportivas e culturais.

A situação volta a ser debatida no próximo dia 17 de junho, durante uma audiência pública na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALEMS). A iniciativa é do deputado estadual Pedro Pedrossian Neto (PSD), neto do ex-governador que dá nome ao estádio. O objetivo é pressionar pela aceleração da transferência e discutir soluções para a reabertura do local.

Burocracia trava reabertura

Apesar da concordância formal da UFMS em ceder o Morenão ao governo estadual, a transferência esbarra em trâmites jurídicos que ainda não foram concluídos. De acordo com o secretário estadual de Turismo, Esporte e Cultura, Marcelo Miranda, o processo segue em análise tanto pelo setor jurídico da universidade quanto pelo Escritório de Parcerias Estratégicas (EPE), órgão do governo que cuida da viabilidade de concessões e parcerias.

A proposta é que, após a formalização da transferência, seja estruturada uma Parceria Público-Privada (PPP) para gerir o estádio, viabilizando sua revitalização e sustentabilidade econômica, além de garantir o retorno dos eventos esportivos e culturais.

Pressão por uma solução

Para o deputado Pedro Pedrossian Neto, a lentidão do processo prejudica diretamente o futebol sul-mato-grossense e impacta também atividades culturais e de lazer da população.

“A demora na formalização da transferência do Morenão é um ponto que precisa ser resolvido. Enquanto isso, seguimos deixando de utilizar um espaço que tem enorme importância para o esporte, lazer e cultura de Mato Grosso do Sul”, afirmou o parlamentar.

Ele se reuniu recentemente com a reitora da UFMS, Camila Ítavo, para cobrar mais celeridade no andamento do processo. “Sigo confiante de que esse impasse será superado e que, em breve, o Morenão volte a ser utilizado pelos clubes de futebol e pela população apaixonada pelo esporte”, completou.

Patrimônio abandonado

Inaugurado em 1971, o Morenão já foi palco de grandes momentos do esporte brasileiro, incluindo partidas dos principais clubes do país, um amistoso da seleção brasileira pré-olímpica contra o Paraguai, em 1999, e até um jogo das Eliminatórias da Copa do Mundo de 2010, entre Brasil e Venezuela.

Com capacidade para 45 mil torcedores, o estádio foi, por décadas, o maior símbolo do futebol sul-mato-grossense. Hoje, porém, seu abandono reflete a falta de um modelo de gestão eficiente e os entraves burocráticos que freiam projetos públicos.

Mais que futebol

O interesse na reabertura do Morenão vai além do esporte profissional. O estádio é visto como um equipamento urbano de integração social, com potencial para receber não apenas jogos, mas também shows, eventos comunitários, feiras e atividades culturais. “Precisamos enxergar o Morenão como patrimônio público que deve estar a serviço da sociedade. A reabertura é urgente, e o diálogo entre as partes precisa gerar resultados concretos”, reforça Pedro Pedrossian Neto.

A audiência pública na Assembleia Legislativa será decisiva para o futuro do estádio. Representantes da UFMS, do governo estadual e de outros setores deverão apresentar esclarecimentos e, possivelmente, apontar caminhos para destravar o processo. Enquanto isso, a população segue na expectativa de ver o Morenão novamente cheio, vibrante e de portas abertas.

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