Mato Grosso do Sul atravessa um período de forte criticidade climática, marcado por estiagem prolongada, altas temperaturas e baixa umidade relativa do ar, situação que eleva o risco de incêndios florestais em diversas regiões do estado.
De acordo com análise do Cemtec (Centro de Monitoramento do Tempo e Clima), a atuação de um sistema de alta pressão atmosférica mantém o tempo estável, com céu claro a parcialmente nublado, ausência de chuvas e forte insolação. Essa combinação intensifica o risco de fogo e dificulta o controle das chamas, mesmo com uso de meios aéreos.
Em Campo Grande, a situação já é considerada crítica: a cidade está há 37 dias sem chuva significativa e com umidade relativa do ar abaixo de 15%, aumentando o perigo para a população e o ambiente urbano. Outras cidades também enfrentam condições semelhantes, como Coxim, Corumbá, Dourados, Ivinhema, Paranaíba e Três Lagoas. O cenário mais grave se observa em Porto Murtinho, que acumula atualmente 97 dias sem precipitação relevante.
As temperaturas máximas em várias localidades do estado superaram os 38°C, enquanto em municípios como Amambai, Ponta Porã, Três Lagoas e Bataguassu, a umidade relativa caiu para índices entre 8% e 15%. Segundo o Cemtec, cidades como Três Lagoas, Paranaíba e Coxim registram condições críticas há pelo menos 13 dias consecutivos, formando o chamado “triângulo do fogo”, em que calor e ar seco favorecem a ignição e rápida propagação das chamas.
Para os próximos dias, os índices de perigo de fogo permanecem em nível extremo, e as previsões sazonais indicam que temperaturas acima da média e chuvas mal distribuídas devem prolongar a vulnerabilidade ambiental até o final do ano.
O Cemtec alerta para a necessidade de medidas preventivas, estratégias de mitigação e fortalecimento da capacidade de resposta, a fim de reduzir os impactos ambientais, sociais e econômicos associados aos incêndios florestais.