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sábado, 27 de abril, 2024
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MS entra em Estado de Emergência por conta da seca e das queimadas no Pantanal

Mato Grosso do Sul está em Estado de Emergência pelos próximos 180 dias. A medida foi necessária, segundo explicou o governador Reinaldo Azambuja, por conta da estiagem prolongada e também devido ao período de seca que a região do Pantanal entra a partir deste segundo semestre de 2022. O decreto foi assinado nesta quinta-feira (21) em regime de urgência e passa a vigorar a partir da sexta-feira (22).

O Centro Integrado de Comando e Controle, criado há poucos dias por conta dos focos de incêndio em Corumbá e Porto Murtinho, vai monitorar em tempo integral todo o Estado. Ao todo, já foram investidos R$ 78 milhões e outros R$ 38 milhões podem ser aplicados nos próximos dias a depender da situação de 14 cidades-alvos (Corumbá; Ladário; Miranda; Aquidauana; Porto Murtinho; Sonora; Rio Verde; Coxim; Bodoquena; Jardim; Bonito; Anastácio; Corguinho e Rio Negro.

Na estação de monitoramento vão atuar 25 profissionais em regime de plantão. Estão escalados 100 brigadistas para trabalhar em agosto, conforme for surgindo demanda, e outros 200 em setembro. Azambuja citou ainda já foram comprados equipamentos capazes de combater incêndios de alto risco, como viaturas ATBF (Auto Bomba Tanque Florestal), e até um avião específico para combate a chamas em regiões de dificil acesso.

Ao todo, 1 mil horas de voo já foram contratadas e mais horas para sobrevoos, que ajudam nos combates aos incêndios, deverão ser adquiridas. De acordo com os dados apresentados, até 15 de julho de 2021 foram registrados 634 focos de calor e 89.550 hectares de área queimada no Pantanal. Já no mesmo período deste ano foram 655 focos de calor e 111.150 hectares queimados.

Dos 79 municípios, todos já estão em alerta, sendo que Pedro Gomes tem a situação mais alarmante. “O Pantanal vive uma grande seca nos últimos dois anos e meio, que deve avolumar. Através do satélite teremos acesso aos focos de calor e de incêndio, isso vai nos ajudar a identificar quem é o proprietário da região”, explicou o governador.

Além disso, através do sistema ficará mais fácil evitar incêndios criminosos, como os que ocorreram no ano passado e que ainda estão sob investigação. O secretário de Meio Ambiente e Desenvolvimento, Jaime Verruck, disse que até abril as queimadas estavam controladas. “Temos um painel que aponta os focos de calor, incêndios e queimadas. A situação está preocupante, por isso estamos aqui, pra fazer a prevenção e combate adequados”, citou.

A fiscalização ocorrerá da seguinte forma: assim que o foco de calor for encontrado, as equipes entrarão em contato com o proprietário para questionar se o fogo é controlado e aplicar a notificação. Se não houver retorno do proprietário, as equipes poderão adentrar para realizar uma varredura.

O meteorologista do Centro de Monitoramento do Tempo e Clima de Mato Grosso do Sul, Vinícius Sperling, falou que a regra dos ’30, 30, 30′ é certeira. “Se estivermos acima dos 30 graus de temperatura, umidade do ar abaixo dos 30% e ventos acima dos 30 quilômetros por hora e há muitos dias sem chuva, então é a combinação pronta para incêndio”, detalhou.

Aiinda segundo ele, não há previsão de chuva no Pantanal nos próximos 10 a 15 dias. “Estamos há 100 dias com chuva abaixo da média. O estado está com uma seca de intensidade média em análise dos últimos 12 meses e, atualmente, todas as regiões estão com extrema seca, com exceção do extremo sul do estado”. O meteorologista ainda disse que os termômetros nessas cidades podem bater a marca dos 40°C até setembro.

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