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quinta-feira, 28 de março, 2024
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Museu da Língua Portuguesa é reaberto por dois Presidentes, mas governo brasileiro não comparece

O Museu da Língua Portuguesa, instalado na histórica Estação da Luz, foi reinaugurado na manhã deste sábado (31) com a presença de representantes de países lusófonos, entre eles até os presidentes de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, e, de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca. Ambos países de Língua Portuguesa. O chefe de governo português condecorou a instituição com a Ordem de Camões, honraria portuguesa, que foi concedida pela primeira vez. O público poderá visitar o espaço a partir deste domingo (1º) após quase cinco anos fechado ante o sofrido incêndio de grandes proporções em 21 de dezembro de 2015. O prédio teve que ser completamente reformado. com investimento de R$ 85 milhões.

Apesar, da presença de dois chefes de Estado, infelizmente o atual governo do Brasil, não se fez presente, com o chefe do Executivo Federal, e nem mesmo mandou nenhum representante. Nem mesmo o ministro da Cultura, Mario Frias, se manifestou de qualquer forma. Além do conteúdo das exposições, que foi revisto e ampliado, o museu contará, a partir da reabertura, com um novo terraço, com vista para o Jardim da Luz e a torre do relógio, e instalações de reforço da segurança contra incêndio.

“Aqui viemos para dizer que uma língua é uma alma feita de milhões de almas, pela qual se ama, se sofre, se cria, se chora, se ri, se pensa, se escreve, se fala”, celebrou o presidente de Portugal. O idioma é falado em cinco continentes por 261 milhões de pessoas.

O presidente de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca, destacou a união dos países lusófonos e as contribuições de escritores. “Uma língua que foi cada vez mais apropriada e reconstruída e acarinhada, afagada pelos deuses, os deuses da nossa língua comum são, para além dos nossos povos humildes, aquelas que a melhor a trabalham e divulgam.”

“Este é o primeiro museu do mundo dedicado a um idioma e que está de volta depois de um longo período de reforma. (…) Voltou melhor, com mais recursos, mais tecnologia, ampliado e fortalecido com todos os cuidados que foram objeto dessa reconstrução do museu”, declarou o governador de São Paulo, João Doria.

Investimentos

Foram investidos cerca de R$ 85 milhões nas obras de reconstrução com diversos apoiadores privados e do governo do estado de São Paulo e do governo federal, pela Lei de Incentivo à Cultura. As obras começaram em 2017 e foram acompanhadas pelos órgãos federais, estaduais e municipais de proteção do patrimônio histórico e artístico.

Exposições – Novas instalações entre as exposições de longa duração marcam a reabertura do museu. Elas ficam dispostas no segundo e no terceiro andar do prédio. Entre as novidades, está a “Línguas do mundo”, na qual mastros se espalham pelo hall com áudios em 23 diferentes idiomas. Foram escolhidas línguas, entre as mais de 7 mil existentes, que tenham relação com o Brasil, incluindo expressões originárias, como yorubá, quimbundo, quéchua e guarani-mbyá.

Os sotaques e as expressões do português no Brasil ganham espaço na instalação “Falares”. E os “Nós da Língua Portuguesa” mostram os laços e a diversidade cultural entre os países da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP).

Continuam a ser exibidas, assim como nos quase 10 anos em que o museu esteve ativo, a instalação “Palavras Cruzadas”, que mostra influências históricas no português falado no Brasil e a “Praça da Língua”, que homenageia a língua falada, escrita e cantada com um espetáculo de som e luz. A praça, uma espécie de planetário, traz poemas e músicas interpretados por nomes como Maria Bethânia e Matheus Nachtergaele. 

O museu tem curadoria de Isa Grinspum Ferraz e Hugo Barreto e contou com a colaboração de artistas, músicos, linguistas, entre outros profissionais.

Com informações da Agência Brasil

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