13.8 C
Campo Grande
quinta-feira, 12 de junho, 2025
spot_img

Na Tribuna da Câmara, mãe e tia pedem Justiça e apoio para investigação sobre morte de Sophie

A Tribuna da Câmara Municipal de Campo Grande recebeu, na sessão ordinária desta terça-feira, dia 10, o pedido de Justiça, de investigação e de respostas diante da morte da menina Sophie Emanuelle Viana Rochete, de apenas 5 anos. Maria Leonice e Maria Aparecida Viana, tia e mãe da menina, falaram sobre o caso e pediram para os vereadores apoio para as apurações e também para evitar que situações como essa não se repitam.

Sophie faleceu na Santa Casa no dia 29 de maio. Ela sofreu um acidente doméstico, quando foi atingida na cabeça por um portão, no domingo, dia 25 de maio. Foi levada imediatamente à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Vila Almeida e transferida para a Santa Casa devido à gravidade do ferimento. Fez raio-x, porém, foi liberada menos de quatro horas depois. A menina piorou, apresentando febre alta e vômito. Foi levada novamente ao hospital, sendo colocada apenas em observação e recebendo medicamentos para dor. Somente na quinta-feira, segundo a família, foi feita tomografia apontando a fratura na cabeça e a necessidade da cirurgia. Porém, ela não resistiu e acabou falecendo.

Na Câmara, Maria Leonice, tia de Sophie, lembrou que a saúde é direito e dever do Estado. “O que nos traz hoje aqui é para pedir Justiça pela Sophie. Dizer que houve negligência, omissão de socorro e imperícia, que são crimes. Não podemos nos calar diante de tamanha fatalidade”, desabafou. “Por que não salvaram a vida dela? Queremos Justiça! Sei que Sophie não voltará, mas quero deixar a minha palavra para que mães e pais não derramem lágrimas por omissão ou negligência. Confio nessa Casa porque daqui saem as políticas públicas”, disse Maria Leonice, reforçando a importância de o caso ser levado ao Ministério Público e aos conselhos de Medicina e Enfermagem.

Bastante emocionada, a mãe de Sophie, Maria Aparecida Viana, recordou sobre a filha. “Só quem conheceu Sophie sabe como ela era cheia de vida, extremamente alegre, feliz, gostava de dançar, de se maquiar. Vi o tanto que ela sofreu na Santa Casa. Ela tinha muita dor. Se tivessem feito a cirurgia, ela não teria morrido”, afirmou. Maria Aparecida lembrou que a filha teve uma hemorragia no cérebro e acredita que “se tivessem tratado ainda na segunda-feira, ela não teria morrido”. Ela fez o apelo por providências para que nenhuma mãe e nenhuma criança passem pelo mesmo sofrimento. “Ela queria viver, ela amava viver. Não consigo ficar dentro da minha casa porque a alegria da minha casa era minha filha. Criança nenhuma merece passar pelo que minha filha passou”, disse.

Requerimento – No último dia 5, os vereadores aprovaram, por unanimidade, requerimento, proposto pelo vereador Rafael Tavares, pedindo informações detalhadas à Santa Casa de Campo Grande sobre a situação ocorrida com a paciente. No requerimento, aprovado na Câmara, foi solicitado relatório médico completo da paciente, referentes aos atendimentos realizados entre os dias 25 e 29 de maio de 2025; escala médica dos profissionais médicos e de enfermagem que estiveram de plantão nos dias 25 a 29 de maio de 2025, protocolos de atendimento, providências adotadas, detalhando as medidas administrativas e clínicas tomadas pela instituição após o falecimento da paciente, além da colaboração com autoridades, em relação às investigações.

O vereador Rafael Tavares, autor do convite para familiares de Sophie falarem na Tribuna, defende que para fazer justiça “temos que investigar a Santa Casa”. Ele recordou que há poucas semanas, a Santa Casa fechou pronto-socorro. “Será que não sobrecarregou o médico e por consequência perdemos a menina Sophie?”, questionou, falando sobre a proposição para abertura de CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Santa Casa.

Fale com a Redação