O risco da planta murta para a cultura de cítricos em Mato Grosso do Sul foi abordado na Tribuna, da sessão ordinária desta quinta-feira, dia 29, pela engenheira agrônoma Karla Bethânia Ledesma de Nadai, mestra em agroecologia e coordenadora de fruticultura, olericultura e floricultura na Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc). Projeto de lei, de autoria do vereador Veterinário Francisco, busca erradicar a murta em Campo Grande.
Karla Bethânia alertou que a murta é considerada um risco para a citricultura devido à sua capacidade de hospedar e disseminar o psilídeo, inseto vetor do greening, doença devastadora que ataca as plantas cítricas. “A ação em discutir uma lei como essa é de grande importância. O Greening é uma doença que acabou com os pomares da Flórida. É um arbusto que pode ser substituído por outras plantas”, disse.
“A gente solicita a erradicação desta planta porque ela é o vetor de um inseto que transmite uma doença fatal à citricultura”, esclareceu. A engenheira agrônoma passou dados sobre o crescimento da citricultura em Campo Grande atualmente, citando exemplo que a cidade recebe um terço da maior fazenda produtora de citrus do Estado. Em Mato Grosso do Sul a produção de citrus chega a 18 mil hectares.
A especialista esteve na Câmara a convite do vereador Veterinário Francisco, autor do Projeto de Lei 11.616/25, que dispõe a erradicação e substituição da planta exótica prevendo multa para quem plantar, comercializar, transportar ou produzir a planta. A proposta está tramitando na Câmara, atualmente com pedido de vista.
O vereador lembrou da preocupação com o futuro e com a economia, “com a vinda de grandes indústrias para a cidade. Temos grupos paulistas interessados em investir aqui”. Ele lembrou que municípios do interior já aprovaram essas legislações e quem tiver essa situação fitossanitária regular terá a preferência dos investidores.
