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quinta-feira, 25 de abril, 2024
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No mês do idoso, saiba mais sobre os cuidados com a saúde na velhice

Para especialista, envelhecimento requer qualidade de vida

Em 1º de outubro acontece a celebração mundial do Dia Internacional do Idoso. A data foi criada para sensibilizar a sociedade em favor de ações de proteção a essa parcela da população, que só aumenta com o avanço do envelhecimento em todo o mundo. No Brasil, as pessoas com mais de 60 anos já ultrapassam a marca de 30 milhões. O mês do idoso é um convite para reflexão e adoção de medidas de proteção, e em especial, observando cuidados à saúde, que requer mais atenção com o passar dos anos. 

A mestre em Ciências da Saúde e professora do curso de Enfermagem da Anhanguera, Bertha Lucia Costa Borges, afirma que “envelhecimento demanda qualidade de vida. A idade chega para todos e é importante que ter em mente que novas dificuldades vão surgir com o avanço da idade. Com os cuidados certos, é possível desfrutar de uma velhice com saúde e bem-estar”.  

“Cultivar hábitos saudáveis, como alimentação equilibrada e atividade física, são essenciais para se ter qualidade de vida. Recomenda-se ainda manter o estímulo da mente, com atividades que demandem atividade cerebral, além da celebração de laços afetivos, de amizade, familiares – as relações sociais em si”, diz a enfermeira. 

O cuidado da família, inclusive, é obrigação legal previsto no Estatuto do Idoso. “Os familiares precisam garantir essa proteção, assegurando acesso à saúde, respeitando sua liberdade e dignidade”, diz. De acordo com o Conselho Nacional dos Direitos dos Idosos, é no ambiente familiar que ocorrem as maiores violações, em que incluem-se os casos de violência doméstica, que resultam em quedas, enfermidades, demência, internações prolongadas e abandono. 

Segundo dados do Disque Direitos Humanos (Disque 100), de janeiro a junho de 2021 houve a comunicação de 37 mil denúncias de violência contra idosos, sendo 29 mil delas referente à violência física. A maioria das vítimas tem idade entre 70 e 74 anos, em que 68% são do sexo feminino e 47% desses agressores são os próprios filhos. “Essa situação foi agravada pela pandemia”, observa Bertha. 

Saúde – Existem políticas públicas de assistência e promoção de saúde da pessoa idosa. Na Caderneta de Saúde, que é disponibilizada pelo Ministério da Saúde gratuitamente, é possível acompanhar as necessidades de atenção primária e condições gerais de saúde dos idosos. O documento apresenta informações sobre armazenamento de medicamentos, alimentação saudável, atividade física, prevenção de quedas, sexualidade, além de cuidados essenciais nesta fase da vida.  

“Os cuidados na velhice são mais requeridos, uma vez que há uma tendência em vivermos com mais doenças crônicas. Estudos demonstram que cerca de 80% dos idosos convivem com algum tipo patologia crônica, como doenças cardiovasculares, diabetes e outras. Em muitos casos, é necessário o acompanhamento de uma equipe multidisciplinar, em que atuam médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, psicólogos e outros profissionais de saúde”, esclarece a professora. 

A enfermagem geriátrica é uma das áreas dedicadas à gestão da saúde da pessoa idosa. Dentre as atribuições do profissional está a organização da qualidade da assistência prestada, avaliação do estado mental e cognitivo do paciente, educação para a saúde e orientação sobre prevenção de doenças, estabelecer comunicação com a equipe de saúde, familiares e/ou cuidadores do paciente, monitorar indicadores básicos de saúde, como pressão arterial, glicemia e outros.  

Confira algumas ações listadas pela especialista no cuidado da pessoa idosa: 

– Acompanhamento permanente com equipe multidisciplinar; 

– Alimentação equilibrada e de preferência prescrita por nutricionista; 

– Prática de atividade física com supervisão de profissional especializado; 

– Manter-se ativo com atividades para estímulo mental; 

– Atenção aos itens de decoração na casa: tapetes devem ser retirados para evitar quedas; 

– Nos banheiros, instalar barras laterais para apoio e prefira pisos antiderrapantes; 

– Observar a cama e o colchão, para que estejam de acordo com a altura do idoso, além da qualidade e durabilidade dos materiais; 

– Interruptores de luzes devem ser acessíveis; instalação de abajures ajuda para que não se locomovam no escuro; 

– Os móveis devem ser instalados de forma que não atrapalhem o livre circular. 

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