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sábado, 20 de abril, 2024
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Datafolha mostra que centro-oeste lidera índice de automedicação

Pesquisa revela ainda que 85% fazem descarte de medicamentos de forma errada

30/04/2019 16h40
Por: Emilia Chacom/Ascom

Uma pesquisa realizada pelo Conselho Federal de Farmácia (CFF), por meio do Instituto Datafolha, constatou que a automedicação é um hábito comum a 77% dos brasileiros que fizeram uso de medicamentos nos últimos seis meses. Na região centro-oeste/norte este índice sobe para 80%, nordeste fica em 79%, sudeste (77%), sul (71%). Quase metade (47%) se automedica pelo menos uma vez por mês, no centro-oeste/norte (53%), e um quarto (25%) o faz todo dia ou pelo menos uma vez por semana.

Inédita na história dos conselhos de Farmácia, a pesquisa investigou o comportamento dos brasileiros em relação à compra e ao uso de medicamentos, e servirá para subsidiar uma campanha nacional de conscientização, em comemoração ao dia 5 de maio, o Dia Nacional do Uso Racional de Medicamentos.

O estudo detectou ainda uma modalidade diferente de automedicação, a partir de medicamentos prescritos. Nesse caso, a pessoa passou pelo profissional da saúde, tem um diagnóstico, recebeu uma receita, mas não usa o medicamento conforme orientado, alterando a dose receitada. Esse comportamento foi relatado pela maioria dos entrevistados (57%), especialmente homens (60%) e jovens de 16 a 24 anos (69%).

A principal alteração na posologia foi a redução da dose de pelo menos um dos medicamentos prescritos (37%). O principal motivo alegado foi a sensação de que “o medicamento fez mal” ou “a doença já estava controlada”. Para 17%, o motivo que justificou a atitude foi o custo do medicamento – “ele é muito caro”.

A frequência da automedicação é maior entre o público feminino. Mais da metade das entrevistadas (53%) informou utilizar medicamento por conta própria, pelo menos uma vez ao mês. A maioria das pessoas entrevistadas afirmou que se automedica quando já usou o mesmo medicamento antes (61%). A facilidade de acesso ao medicamento foi outro fator determinante, principalmente entre o público jovem, de 16 a 24 anos (70%).

Familiares, amigos e vizinhos foram citados como os principais influenciadores (25%) na escolha dos medicamentos usados sem prescrição, nos últimos seis meses, embora, 21% dos entrevistados tenham citado as farmácias como a segunda fonte de informação e indicação.

Medicamentos mais usados – Por meio da pesquisa foram identificados, também, os medicamentos mais utilizados pelos brasileiros nos últimos seis meses. É surpreendente o alto índice de utilização de antibióticos (42%), somente superado pelo porcentual declarado para analgésicos e antitérmicos (50%). Em terceiro lugar ficaram os relaxantes musculares (24%). O uso de antibióticos foi maior nas regiões Centro-Oeste e Norte (50%).

Descarte

A pesquisa apurou também qual é a forma mais usual de descarte dos medicamentos que sobram ou vencem, e 76% dos entrevistados indicaram maneiras incorretas para a destinação final desses resíduos. Nas Regiões Centro-Oeste/Norte, o porcentual é ainda maior, 85%. O índice somente é superado pelo apurado na Região Nordeste, 87%. Nas regiões Sudeste e Sul os porcentuais foram de 75% e 53%, respectivamente. Pelos resultados da pesquisa, a maioria da população descarta sobras de medicamentos ou medicamentos vencidos no lixo comum. Quase 10% afirmaram que jogam os restos no esgoto doméstico (pias, vasos sanitários e tanque).

Metodologia – A pesquisa quantitativa foi realizada com a população brasileira a partir de 16 anos de idade e que utilizou medicamentos nos últimos seis meses. A coleta de dados foi feita pelo Datafolha, entre os dias 13 e 20 de março de 2019. Com uma amostra de 2.074 pessoas, o estudo teve abrangência nacional, incluindo capitais/regiões metropolitanas e cidades do Interior, de diferentes portes, em todas as regiões do Brasil. O nível de confiança da pesquisa é de 95%.

Campanha – Com o tema saúde não é jogo, a campanha nacional de conscientização pelo uso racional de medicamentos está sendo realizada pelo Conselho Federal de Farmácia e os 27 conselhos regionais vinculados ao Sistema CFF/CRFs, em alusão ao Dia Nacional pelo Uso Racional de Medicamentos, comemorado no dia 5 de maio. Com uma linguagem acessível, a campanha chama a atenção da população para que não se arrisque jogando o jogo da automedicação. A orientação é que ao usar qualquer medicamento, a pessoa consulte sempre um farmacêutico.

O CRF/MS (Conselho Regional de Farmácia de MS) fará algumas ações durante esta semana. No dia 4 de maio será realizada uma ação social no Shopping Norte Sul, na Capital. Serão realizados teste de glicemia e aferição de pressão e um atendimento especializado de orientação quanto ao uso de medicamentos. Farmacêuticos darão orientação sobre a forma correta de tomar alguns medicamentos, interação no uso de mais medicamentos e o descarte adequado dos mesmos.

Acadêmicos e docentes de farmácia farão abordagem do tema com demais estudantes em universidades e alunos de uma escola pública de Campo Grande também receberão palestras de orientação sobre a forma correta do uso e descarte de medicamento vencido. “A nossa ideia é estimular os jovens a fazer o procedimento da forma correta e fazer com que eles levem para casa e disseminem esse conhecimento para os demais integrantes da família”, destaca a presidente do CRF/MS, Kelle Slavec.

Dados
Confira os principais resultados da pesquisa, que subsidiará uma campanha nacional de conscientização pelo Dia Nacional do Uso Racional de Medicamentos:

  • 77% dos brasileiros que utilizaram medicamentos nos últimos seis meses se automedicam. Na regiãocentro-oeste/norte este índice sobe para 80%.

  • Quase metade dos entrevistados (47%) se automedica pelo menos uma vez por mês. No centro-oeste/norte (53%).

  • Um quarto (25%) o faz todo dia ou pelo menos uma vez por semana

  • A prática é mais comum entre as mulheres. Mais da metade das entrevistadas (53%) informou utilizar medicamento por conta própria pelo menos uma vez ao mês.

  • A automedicação é menos frequente na Região Sul, onde 29% dos entrevistados declaram não utilizar medicamentos por conta própria. A média nacional ficou em 23% e o centro-oeste/norte com 21%.

  • A maioria dos entrevistados afirmou que se automedica quando já usou o mesmo medicamento antes (61%).

  • A facilidade de acesso ao medicamento foi outro fator determinante, principalmente entre o público jovem, de 16 a 24 anos de idade (70%).

  • 57% relataram automedicação, a partir de medicamentos prescritos. Nesse caso, a pessoa passou pelo profissional da saúde, tem um diagnóstico, recebeu uma receita, mas não usa o medicamento conforme orientado, alterando a dose receitada.

  • 60% dos homens e 69% dos jovens de 16 a 24 anos de idade afirmaram alterar a posologia

  • 37% confessaram ter reduzido a dosagem.

  • 17% informaram que o motivo para essa atitude foi o custo do medicamento – ele é muito caro.

  • 22% dos entrevistados que utilizaram medicamentos nos últimos seis meses tiveram dúvidas, mesmo em relação aos prescritos.

  • Cerca de um terço dos pesquisados não procurou esclarecer as dúvidas e, desses, a maioria parou de usar o medicamento.

  • Familiares, amigos e vizinhos foram citados como os principais influenciadores na escolha dos medicamentos usados sem prescrição nos últimos seis meses (25%)

  • As farmácias foram citadas por 21% dos entrevistados como a segunda fonte de informação e indicação.

  • 20% dos entrevistados da região centro-oeste/norte reportaram dúvidas quanto ao medicamento consumido. Desses, 58% procuraram esclarecer as dúvidas.

  • 76% dos entrevistados indicaram maneiras incorretas para descarte de medicamento. Região nordeste (87%), centro-oeste/norte (85%), sudeste (75%) e sul (53%).

  • A maioria da população (63%) descarta sobras de medicamentos ou medicamentos vencidos no lixo comum. Quase 10% jogam no esgoto doméstico (pias, vasos sanitários e tanque).

Divulgação

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