15.8 C
Campo Grande
quarta-feira, 13 de novembro, 2024
spot_img

Número de eleitores jovens cresce mais de 14% desde último pleito, aponta TSE

Dados do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) mostram que o número de eleitores com 16 e 17 anos já é 14,22% maior do que no último pleito municipal, realizado em 2020. A última atualização do portal de estatísticas do tribunal mostra que o país tinha em janeiro 1.177.127  adolescentes aptos a ir às urnas nas eleições de outubro. No pleito de quatro anos atrás, 1.033.040 eleitores com menos de 18 anos puderam votar.

Número de eleitores jovens cresce mais de 14% desde último pleito, aponta TSE

O voto para jovens com 16 e 17 anos é facultativo. Apesar disso, desde as últimas eleições gerais, em 2022, o TSE vem registrando crescimento na quantidade de adolescentes que tiram o título de eleitor.

Naquele ano, 2.116.781 jovens eleitores estavam cadastrados na Justiça Eleitoral, um crescimento de 51% na comparação com as eleições gerais de 2018, quando 1.400.613 pessoas com 16 e 17 anos estavam aptos a votar.

Mas, desde 2018, as estatísticas do eleitorado brasileiro habilitado para votar mostram que o número de eleitoras e eleitores cresceu 6,21%, passando de 147 milhões para 156.454.011 pessoas nas Eleições 2022.

Número de eleitores jovens cresce mais de 14% desde último pleito, aponta TSE

Para a cientista política e doutora pela Universidade de Brasília (UnB) Marcela Machado, o interesse dos jovens brasileiros pela disputa eleitoral pode ser justificado pelo recente histórico da política no país. “As pessoas entenderam que tudo é política. Então não dá para ficar isento”, explica a cientista.

“Falamos sobre política em todas as rodas. As pessoas estão muito mais conscientizadas de que a política é algo que toca a todo mundo, e muito dessa conscientização é por conta das redes sociais: vídeos, ações e linguagens mais palatáveis para atingir esse público”, acrescenta.

Jovem cidadão

A maior parcela de eleitores com 16 e 17 anos está em Tocantins – essa faixa etária corresponde a 0,14% (1.592) do eleitorado total do estado (1.122.933). Piauí (0,11%) e Paraíba (0,10%) ocupam o segundo e o terceiro lugares, respectivamente, mesmo com maiores números populacionais. No final da tabela, estão o Distrito Federal (0,015%), o Rio de Janeiro (0,022%) e São Paulo (0,027%).

Número de eleitores jovens cresce mais de 14% desde último pleito, aponta TSE

O relacionamento dos jovens com a política tem forte relação com o “engajamento” do pleito. “Eleições municipais tratam de temas a nível local, que, às vezes, não se convertem em engajamento. Por conta justamente dessa característica ‘paroquial’ das eleições municipais, as disputas são travadas entre famílias, entre lado ‘a’ e lado ‘b’. Na eleição geral, a tônica é mais social, coletiva. Naturalmente, engaja mais pessoas”, detalha Marcela.

O interesse dos jovens também tem relação com a falta de conhecimento sobre o que faz um prefeito ou vereador, por exemplo. “Toca muito na questão da educação política. Jovens de 16 e 17 anos, se não sabem para que serve, qual é a função, o que vem de um vereador ou o que faz um prefeito, não se estimulam a participar daquele evento democrático”, completa a doutora.

Campanhas de incentivo

Parte desse crescimento da consciência cidadã dos jovens com o processo eleitoral pode ser atribuído às campanhas lançadas pelo TSE para convidar um e outro grupo etário a se alistar ou regularizar a situação cadastral antes do fechamento do cadastro eleitoral. Esse prazo, em 2022, foi até 4 de maio.

“O TSE aproveitou a oportunidade das redes sociais para informar esse público [com idade menor de 18 anos], de maneira mais incisiva, de que esse jovem eleitor é importante na política, com a mensagem clara: ‘Não deixe de participar’”, salienta a cientista política da UnB.

A campanha “Bora Votar!”, lançada em 2021, e a Semana do Jovem Eleitor, em 2022, mobilizaram toda a Justiça Eleitoral para incentivar adolescentes a partir de 16 anos incompletos – mas que já teriam essa idade em 2 de outubro – a tirarem o primeiro título.

Essas campanhas repercutiram na mídia do país e entre artistas, atletas, celebridades e influenciadores digitais, que emprestaram a sua voz para convencer o público a acessar a plataforma Título Net na página do TSE e apresentar os documentos necessários para se tornar uma eleitora ou um eleitor.

Um dos pontos altos dessa mobilização foi o tuitaço do dia 16 de março, que contou com a participação dos perfis no Twitter do TSE, dos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs), de diversos influenciadores digitais, de organizações da sociedade civil e de instituições públicas e privadas.

Fale com a Redação