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sábado, 21 de junho, 2025
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Pesquisa mostra que 87% das mulheres empreendedoras já tiveram o nome negativado

A jornada da mulher empreendedora no Brasil continua marcada por desafios financeiros severos, segundo um estudo divulgado pela Serasa em parceria com a Opinion Box. O levantamento traça um retrato preocupante: 87% das empreendedoras brasileiras já tiveram ou ainda estão com o nome negativado. Além disso, 68% delas já tiveram pedidos de crédito negados, o que cria barreiras significativas para a manutenção e o crescimento dos negócios.

Apesar do sonho de empreender, a realidade financeira é dura. O levantamento revelou que 74% das mulheres que comandam o próprio negócio precisam recorrer a trabalhos informais, os conhecidos “bicos”, para complementar a renda. O dado reforça que, para a maioria, o faturamento do empreendimento não é suficiente para garantir a estabilidade financeira.

Falta de crédito é principal obstáculo ao crescimento

A pesquisa aponta que a dificuldade de acesso a crédito e a falta de capital inicial são os maiores entraves enfrentados pelas empreendedoras. Cerca de 75% delas já precisaram recorrer a algum tipo de financiamento para manter suas atividades. Entre os principais desafios mencionados, 35% apontam a falta de financiamento como o maior obstáculo para o crescimento dos negócios.

Essa limitação financeira impede não apenas a sobrevivência em momentos de crise, mas também restringe investimentos em inovação, expansão e contratação de funcionários, o que afeta diretamente o potencial de geração de emprego e renda.

Dupla jornada: o peso do trabalho doméstico

Além das dificuldades econômicas, fatores estruturais agravam o cenário. De acordo com o estudo, 73% das mulheres afirmam que a sobrecarga com o trabalho doméstico não remunerado é um dos principais fatores que dificultam o desenvolvimento do negócio. A falta de tempo para se dedicar à gestão, à busca de clientes e à capacitação acaba impactando diretamente o desempenho financeiro das empresas lideradas por mulheres.

O levantamento reforça a necessidade de políticas públicas, programas de incentivo ao crédito e ferramentas de educação financeira que possam apoiar a trajetória dessas empreendedoras, permitindo que elas superem os obstáculos estruturais e financeiros que ainda limitam o empreendedorismo feminino no Brasil.

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