Mato Grosso do Sul deve registrar crescimento de 5,5% no Produto Interno Bruto (PIB) em 2025, conforme estimativa atualizada na Resenha Regional do Banco do Brasil, divulgada em junho. O estado terá o segundo maior avanço econômico do país, ficando atrás apenas de Mato Grosso, que projeta alta de 6,8%.
O principal motor desse desempenho é a agropecuária, com previsão de crescimento de 17,9% no PIB estadual. A indústria deve crescer 2,9% e os serviços, 3,1%. A força do agronegócio sul-mato-grossense também impulsiona setores correlatos, como a indústria alimentícia e os serviços ligados à cadeia produtiva.
O secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Verruck, destaca que o Centro-Oeste mantém a liderança em potencial econômico, com Mato Grosso e Mato Grosso do Sul à frente. “O índice de 17,9% no PIB do agro sul-mato-grossense é o maior do Brasil”, afirma.
Produção agrícola em alta
Dados do Projeto SIGA-MS, executado pela Aprosoja/MS e coordenado pela Semadesc, apontam que a área plantada de soja alcançou 4,524 milhões de hectares, com produtividade média de 51,78 sacas por hectare, totalizando 14,06 milhões de toneladas. Para o milho, a segunda safra está projetada com área de 2,1 milhões de hectares e produtividade média esperada de 80,8 sacas por hectare, com produção total estimada em 10,2 milhões de toneladas — crescimento de 20,6% sobre o ciclo anterior.
“O cenário é otimista, puxado pelo aumento da produtividade graças às condições climáticas favoráveis e à expansão da área de plantio”, avalia Verruck. Ele ressalta que o Estado saiu de um crescimento de 4,4% para 5,5%, com o avanço do agronegócio.
Além da soja e milho, o secretário destaca a diversificação agrícola do Estado, que inclui a expansão da citricultura (com 30 mil hectares em desenvolvimento) e o crescimento da produção de amendoim. Mato Grosso do Sul é atualmente o maior produtor nacional de amendoim, com 42 mil hectares cultivados, superando São Paulo.
Indústria e pecuária em expansão
No setor industrial, a consolidação do Vale da Celulose, com quatro fábricas em operação e outras em construção e licenciamento, contribui para o crescimento do PIB. O polo está presente em Três Lagoas, Ribas do Rio Pardo, Inocência e Bataguassu.
Na pecuária, os dados do IBGE para o primeiro trimestre de 2025 mostram aumento no abate de bovinos (9,87 milhões de cabeças, alta de 4,6% em relação ao mesmo período de 2024) e crescimento no abate de frangos (1,63 bilhão de cabeças, 2,3% acima do primeiro trimestre do ano passado). “Todos esses fatores reforçam o desenvolvimento do Estado em um modelo multiproteína e agregação de valor por meio da industrialização local”, conclui Jaime Verruck.
Projeção otimista para o agronegócio nacional
As revisões recentes do IBGE e da Conab indicam um cenário favorável para o agronegócio brasileiro em 2025, com alta nas estimativas de soja e milho da primeira safra, e bom andamento da segunda safra do milho. Apesar da previsão de leve recuo na produção bovina no segundo semestre, os dados do primeiro semestre são positivos. A projeção de crescimento do PIB agropecuário nacional foi elevada de 6,0% para 8,2%, reforçando o protagonismo do setor para a economia brasileira.