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sábado, 12 de julho, 2025
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Plano estadual busca ampliar produção e sustentabilidade da pecuária no Pantanal

A pecuária no Pantanal, presente há 300 anos na região, ganha um novo olhar estratégico com o lançamento do Plano de Fortalecimento das Cadeias Pecuárias do Pantanal de Mato Grosso do Sul. O estudo, encomendado pelo Governo do Estado por meio da Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), foi apresentado recentemente à equipe da pasta e a outros representantes das secretarias envolvidas.

Elaborado pelos consultores Marcelo Rondon de Barros e Janielly Barros, o diagnóstico detalha os desafios, oportunidades e propõe ações para as principais atividades pecuárias do Pantanal, que ocupa cerca de 27% do território estadual e representa 6,8% do PIB de MS. A bovinocultura de corte é o principal destaque, com mais de 4,2 milhões de cabeças, correspondendo a 22,7% do rebanho estadual. Só em 2024, a comercialização de bezerros e bois movimentou mais de R$ 5 bilhões, evidenciando a importância econômica da região como fornecedora de animais para engorda e abate.

O plano propõe medidas como a criação de selos de origem, incentivo à exportação por meio da ampliação da habilitação de frigoríficos, rastreabilidade do couro e pagamento por serviços ambientais. Segundo o secretário da Semadesc, Jaime Verruck, a iniciativa amplia ações já existentes, principalmente na bovinocultura, mas abrange também outras atividades pecuárias.

Além da bovinocultura, o estudo analisou cadeias de peixes, ovinos, abelhas, jacarés e equinos. A ovinocultura, apesar da redução no rebanho, apresenta crescimento em abates e faturamento, com valorização da raça pantaneira. Entre as propostas estão o reconhecimento da raça, combate à informalidade e criação de protocolos para produção sustentável.

Na apicultura e meliponicultura, reconhecidas pelo potencial ambiental e pela Indicação Geográfica do Mel do Pantanal, o diagnóstico aponta gargalos logísticos e informais, sugerindo ampliação da assistência técnica e qualificação dos produtores. A piscicultura, apesar de restrições naturais e legais, é vista como promissora, desde que haja investimentos em genética e manejo sustentável.

A cadeia do jacaré-do-pantanal também recebe atenção, com foco em gerar renda para pequenos produtores por meio de sistemas como farming, ranching e headstarting, além de fortalecer certificações e mercado. A equideocultura, essencial para a cultura local, tem ações previstas para promoção da raça pantaneira e incentivo ao registro correto dos animais.

O estudo destaca ainda a necessidade de melhorar a logística regional, ampliando aterros, portos fluviais e estradas, além de modernizar inspeções sanitárias e integrar políticas públicas para equilibrar produção e conservação ambiental. Dados de órgãos como IAGRO, IBGE, AGRAER e SENAR foram utilizados para fundamentar o plano, que aborda aspectos econômicos, sociais e ambientais.

Para o Governo de Mato Grosso do Sul, a força do Pantanal está na produção sustentável, que alia tradição, geração de renda e conservação do bioma. Verruck ressalta que cerca de 45% dos animais abatidos estão em programas estaduais como Precoce MS e Pecuária Sustentável, indicando que a região está no caminho de unir desenvolvimento e sustentabilidade.

Com esse olhar diferenciado e estratégico, o Plano de Fortalecimento das Cadeias Pecuárias do Pantanal promete impulsionar a pecuária local, valorizando o bioma e os produtores que atuam na região.

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