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quinta-feira, 2 de maio, 2024
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PM reformado que matou empresário em plena audiência na sede do Procon morre no presídio

O policial militar reformado de 54 anos que protagonizou um assassinato dentro da agência de atendimento do Procon-MS, em Campo Grande, em crime ocorrido no ano passado, morreu na manhã dessa sexta-feira (19) no Centro de Triagem Anísio Lima, onde cumpria a pena.

A princípio, informações repassadas pelas autoridades indicam que o detento passou mal ao longo dessa semana devido a problemas cardíacos e pelo menos desde a quarta-feira (17) estava internado na ala médica da penitenciária. O óbito foi confirmado pelo advogado de defesa do autor do crime.

O Caso

O assassinato aconteceu no dia 13 de fevereiro, no momento em que a vítima, um empresário de 67 anos, e o autor estavam participando de uma audiência de conciliação. Os dois discutiam quanto ao pagamento de um débito no valor de R$ 630,00 por parte do PM reformado.

Aquela era a segunda audiência entre as partes, a outra aconteceu no dia 10 do mesmo mês, quando não chegaram a um acordo. O processo entre eles acontece desde dezembro de 2022, quando o PM reformado foi até a oficina da vítima para trocar o motor de sua camionete.

Entretanto, o motor voltou a apresentar problemas depois da substituição e o cliente retornou para refazer o serviço, exigindo agilidade no atendimento. Nisso, a empresa alegou que levaria certo tempo para arrumar devido ao recesso de Natal e Ano Novo. O cliente não concordou e procurou o Procon.

O PM reformado cobrou uma indenização pelo tempo de espera, mas o empresário mostrou documentação comprovando que tudo estava dentro do prazo previsto e ganhou a causa no primeiro momento. Além disso, o cliente não tinha terminado de pagar pelo serviço, faltando R$ 630,00, por isso a cobrança por parte do empresário no desfavor do militar.

Na audiência, quando foi cobrado pela quantia restante, o PM reformado sacou o revólver da cintura e atirou contra a vítima, dizendo “Está aqui o seu pagamento”, segundo as testemunhas. A vítima foi atingido por pelo menos dois tiros, sendo que um destes acertou a sua cabeça, mas foram feitos três disparos ao todo.

O Corpo de Bombeiros foi acionado para fazer o socorro médico, porém, a vítima já estava sem vida. O atirador fugiu logo depois. Os tiros provocaram pânico e correria e deixou muitos servidores que ocupavam a parte superior do prédio assustado e sem saber ao certo o que estava acontecendo

O PM reformado foi preso somente três dias depois do crime, quando decidiu se entregar às autoridades. Na ocasião, teria alegado que não procurou a polícia antes por não encontrar um escritório que aceitasse defendê-lo.

No dia 24 de fevereiro do mesmo ano, o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) ofereceu denúncia contra o PM reformado por homicídio qualificado por motivo fútil e recurso que dificultou a defesa da vítima.

Em setembro de 2023 foi pronunciado pelo crime e passaria por julgamento em Tribunal do Júri, mas a data ainda não havia sido marcada. O PM reformado fazia uso de medicamento controlado e foi aposentado pela corporação devido a problemas psicológicos.

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