O presidente da Rússia, Vladimir Putin, declarou nesta sexta-feira (5) que está disposto a se reunir com o líder da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, em Moscou. Durante um fórum econômico realizado no Extremo Oriente russo, Putin afirmou que está pronto para encontros “do mais alto nível” e prometeu garantir a segurança do presidente ucraniano caso aceite o convite. “Escutem, o lado ucraniano quer esta reunião e a está propondo. Estamos prontos para reuniões do mais alto nível. Estou pronto, por favor, venham. Definitivamente forneceremos condições de trabalho e segurança. Garantia de cem por cento”, disse o presidente russo.
Putin reforçou que Moscou seria o local mais adequado para o encontro. “Repito mais uma vez, se alguém realmente quiser se reunir conosco, estamos prontos. O melhor lugar para isso é a capital da Federação Russa, a cidade heroica de Moscou”, acrescentou.
Recado à Otan
O líder russo também voltou a criticar a presença da Otan na Ucrânia, classificando como “inaceitável” uma eventual adesão do país à aliança militar ocidental. “Se alguma tropa aparecer lá, especialmente durante as hostilidades em andamento, presumimos que serão alvos legítimos para derrota”, declarou.
Ainda segundo Putin, caso sejam tomadas decisões que levem a uma paz duradoura, não haveria justificativa para a presença de forças da Otan em território ucraniano.
Contexto da guerra
A Rússia iniciou a invasão em larga escala da Ucrânia em fevereiro de 2022 e atualmente controla cerca de 20% do território vizinho. No mesmo ano, Moscou anunciou a anexação das regiões de Donetsk, Luhansk, Kherson e Zaporizhzhia.
Os combates permanecem intensos no leste do país. A Ucrânia vem ampliando ataques a alvos estratégicos em território russo, enquanto Moscou intensificou ofensivas aéreas com drones. Ambos os lados negam atingir civis, embora milhares de pessoas já tenham morrido, a maioria ucranianos.
Estima-se que milhares de soldados tenham perdido a vida desde o início do conflito, mas nem Kiev nem Moscou divulgam números oficiais de baixas militares. Os Estados Unidos calculam que 1,2 milhão de pessoas tenham sido mortas ou feridas desde o início da guerra.