O drama psicológico “Valsa nº 6”, de Nelson Rodrigues, ganha nova vida no palco do Sesc Teatro Prosa, nesta quinta-feira (16), às 19h, em uma apresentação gratuita com intérprete de Libras. Os ingressos para a estreia estão disponíveis gratuitamente pelo Sympla (link aqui) e no perfil do Sesc Cultura MS (@sescculturams) no Instagram.
O espetáculo marca o início do projeto “A Valsa em Lugares Esquecidos”, idealizado e protagonizado pela atriz Tauanne Gazoso, que propõe uma circulação inédita da obra em espaços pouco alcançados pela arte — as penitenciárias femininas de Campo Grande.
Em cena, Tauanne Gazoso interpreta Sônia, uma jovem que busca reconstruir sua própria história em meio a lembranças fragmentadas e delírios provocados por um crime de feminicídio. “A arte precisa ocupar todos os lugares e estar a serviço de todas as pessoas. O nosso papel como artistas é também buscar estratégias para levar o teatro a esses espaços e contribuir para a transformação social”, afirma a atriz.
Teatro em lugares esquecidos
Após a estreia aberta ao público, o espetáculo seguirá para uma circulação em unidades prisionais femininas de Campo Grande, promovendo ações de mediação cultural e apresentações exclusivas para as internas.
No Estabelecimento Penal Feminino de Regime Semiaberto, Aberto e Assistência à Albergada, as atividades acontecem nos dias 20 e 21 de outubro. Já no Estabelecimento Penal Feminino Irmã Irma Zorzi, a peça será apresentada nos dias 22, 23 e 24, com quatro sessões — uma por turno.
Segundo Halisson Nunes, responsável pela preparação corporal e produção executiva, o título do projeto reflete um gesto político e simbólico de levar o teatro a espaços invisibilizados. “Ao conversarmos com a Agepen, soubemos que nunca houve uma apresentação teatral nas penitenciárias femininas de Campo Grande. Por isso, entrar nesses espaços é também um ato político e de pesquisa, que reafirma o poder da arte como ferramenta de transformação”, destaca.
Com uma proposta que une teatro, inclusão e compromisso social, “A Valsa em Lugares Esquecidos” amplia os horizontes da cena sul-mato-grossense e reafirma a potência da cultura como instrumento de empatia e reinvenção humana.