Manifestantes continuam em alguns pontos de rodovias e também na Avenida Duque de Caxias
O dia esta sendo marcado pelo aumento de desobstrução das rodovias estaduais e federais ante as manifestações bolsonaristas realizadas nos últimos dias, após resultado das urnas no segundo turno das eleições presidenciais, realizado no domingo (30).
Segundo informações da Secretária de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), as rodovias estaduais de Mato Grosso do Sul não estão mais bloqueadas nesta quarta-feira (2), existindo apenas pontos de manifestações, porém o trânsito de veículos e caminhões continua fluindo.
Já nas rodovias federais, os manifestantes continuam protestando. Dois pontos – um na BR-163 em Dourados e na BR-267 em Maracaju – são interditados parcialmente pelo grupo.
Nesses dois locais, veículos de carga são impedidos de passar pelos manifestantes. Outros 22 trechos de MS se tornaram ponto de concentração. Ou seja, o trânsito está livre, mas as pessoas permanecem nas margens das rodovias.
Na área urbana de Campo Grande
Desde ontem (1º), um grupo de manifestantes está acampado em frente ao CMO (Comando Militar do Oeste), na Avenida Duque de Caxias, em Campo Grande. No início da manhã, o movimento na região era tranquilo e o trânsito fluía, mas conforme o sol foi aparecendo, o número de pessoas foi aumentando.
No fim da manhã, uma verdadeira multidão tomava conta da avenida. Pneus e faixa foram colocados em uma das pistas, uma “barreira” para forçar os motoristas a reduzirem a velocidade. Além das bandeiras do Brasil e das roupas verde e amarela, muitos carros foram estacionados no canteiro central e tomaram conta da via.
Por conta disso, o trânsito está lento na região. Muitos precisam procurar rotas alternativas para conseguir atravessar o trecho da Duque de Caxias. Apesar do tumulto, nenhuma viatura da Agetran acompanha a manifestação na cidade.
Decisão do STF
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou na segunda-feira a imediata desobstrução de rodovias e vias públicas que estivessem ilicitamente com o trânsito interrompido.
Moraes também determinou que a PRF adotasse imediatamente todas as providências, sob pena de multa de R$ 100 mil para o diretor-geral da PRF.
Além da multa, há possibilidade de afastamento das funções e até prisão em flagrante por crime de desobediência do diretor-geral.
O ministro estipulou multa de R$ 100 mil por hora para donos de caminhões que estejam sendo usados em bloqueios, obstruções ou interrupções.
Na decisão, o ministro destaca que a Constituição assegura o direito de greve, manifestação ou paralisação.
Mas, com alguns adendos, “os direitos não podem ser exercidos, em uma sociedade democrática, de maneira abusiva e atentatória à proteção dos direitos e das liberdades dos demais”.
Multas
Mais de R$ 5,5 milhões em multas já foram aplicadas contra manifestantes que bloqueiam rodovias por todo o país. A informação foi divulgada nesta quarta-feira (2) pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP). Em nota, a pasta disse que os valores das 912 multas variam, conforme o tipo de infração, entre R$ 5 mil e R$ 17 mil.
