Com foco na promoção de sistemas alimentares saudáveis e sustentáveis, a Secretaria de Assistência Social e Cidadania (SAS) participou de uma oficina promovida pelo Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), direcionada às pessoas em vulnerabilidade social.
A participação da SAS integra a pesquisa “Desigualdades sociais, obesidade e estigma: prevalência, vulnerabilidade e repercussões na vida”, que compõe a nova estratégia intersetorial de prevenção da obesidade, elaborada pelo Governo Federal. A pesquisa é coordenada pela professora Erika Cardoso dos Reis, da Escola de Nutrição da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), e financiada pela Secretaria Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (SESAN/MDS).
O estudo busca analisar as relações entre desigualdades sociais, obesidade e o estigma baseado no peso. Campo Grande foi uma das cinco capitais selecionadas em macrorregiões do país para a realização de oficinas de escuta. Na Capital, a ação aconteceu na faculdade Estácio de Sá e reuniu 22 usuários de serviços de saúde e equipamentos da Assistência Social e da Rede de Educação do município. As oficinas tiveram como foco ouvir as experiências e dificuldades encontradas pelos usuários em situação de vulnerabilidade que vivem com a obesidade.
A professora Erika ressaltou a importância dessa abordagem. “A nossa orientação é ouvir mais as pessoas porque historicamente, nosso papel é sair da universidade para falar com essas pessoas para entender como é a rotina no território em que vivem. Além da oficina de escuta e discussão, os participantes responderam a um questionário que aborda suas características sociais, demográficas, e questões relacionadas à compra, aquisição e consumo de alimentos. A intenção é que essas informações embasem a implementação da Estratégia Intersetorial, garantindo que ela faça sentido para a realidade das pessoas vulneráveis”, explicou.
A técnica da SESAN, Mariana Jardim, explicou o foco e o propósito da estratégia: “A obesidade não é apenas uma questão individual, é uma questão social. Ela envolve o ambiente no qual aquele indivíduo está inserido, ela envolve o cuidado, se aquele indivíduo recebe ou não o cuidado, e também envolve a questão do estigma”, disse. A técnica também destacou que após a análise dos questionários aplicados, o Governo Federal irá elaborar um plano operativo com ações que direcionarão estados e municípios a trabalhar a prevenção da obesidade com o público em vulnerabilidade social. “Com base nos documentos, cada território poderá implementar as ações que considerarem mais adequadas para tratar o tema e conscientizar essa população”, frisou.
A colaboração da SAS neste projeto é um complemento estratégico às ações que a Secretaria já desenvolve de forma contínua junto aos usuários da Rede de Assistência Social. Em suas unidades, a SAS preconiza a vida saudável e estimula a realização de atividades físicas, especialmente entre o público que frequenta os serviços de convivência nos Centros de Referência de Assistência Social (CRAS), Centros de Convivência do Idoso (CCI’s) e Centros de Convivência. Estas iniciativas locais se alinham diretamente aos objetivos da estratégia federal, reforçando o papel da Assistência Social no combate à obesidade.
Números
O enfrentamento da obesidade vem sendo prioridade nas gestões públicas. Dados nacionais indicam que 61,4% das pessoas com 18 anos ou mais nas capitais brasileiras apresentavam excesso de peso, sendo 24,3% com obesidade, com o problema mais agudo em indivíduos com menor nível de escolaridade.
A participação ativa da SAS neste projeto nacional de escuta, ocorre em um momento crucial de renovação da Estratégia Intersetorial de Prevenção da Obesidade. “A Assistência Social tem um importante papel na promoção de ambientes alimentares e espaços urbanos mais saudáveis, assegurando a segurança alimentar e nutricional plena para as populações mais vulneráveis do município”, concluiu a secretária-adjunta da SAS, Inês Mongenot, que participou da oficina.
Também marcaram presença na ação, a superintendente de Gestão do Suas, Marcilene Rodrigues, e profissionais da Central de Segurança Alimentar e Nutricional da Prefeitura.
