Imagens da missão europeia Copernicus mostram embarcações da Marinha americana no Caribe; Pentágono nega intenção de ataque, mas tensão aumenta
Imagens de satélite da missão Copernicus Sentinel-2, da União Europeia, mostram navios da Marinha dos Estados Unidos se deslocando em direção à Venezuela, em meio à crescente tensão entre Washington e Caracas. As fotos foram registradas no dia 30 de outubro e analisadas por especialistas em defesa.
De acordo com a avaliação, uma das embarcações seria o navio de guerra anfíbio USS Iwo Jima, localizado a cerca de 190 quilômetros da Ilha de La Orchila, território venezuelano que abriga uma base aérea militar. Outro navio, identificado como o destróier de mísseis guiados USS Gravely, estaria navegando no leste do Mar do Caribe, aproximadamente 320 quilômetros ao norte da costa continental da Venezuela.
Tensão cresce entre EUA e Venezuela
As imagens surgem em meio a uma escalada de atritos entre os dois países. Na sexta-feira (31), o presidente norte-americano Donald Trump negou que esteja considerando autorizar ataques dentro da Venezuela, após o jornal Wall Street Journal divulgar que alvos militares venezuelanos estariam sendo monitorados pelo Pentágono.
A reportagem apontava que esses locais poderiam ser atingidos em uma operação contra o contrabando de drogas, justificativa usada por Washington para ampliar a presença militar na região.
Desde setembro, os Estados Unidos intensificaram bombardeios contra supostos barcos de narcotráfico no Caribe e no Pacífico, que, segundo autoridades locais, resultaram em dezenas de mortes. As ações, no entanto, elevaram o nível de tensão diplomática com o governo de Nicolás Maduro.
Força-tarefa militar no Caribe
O Pentágono mobilizou um grande contingente de navios de guerra para o Caribe, sob o argumento de combater o tráfico de drogas. Entre as embarcações, está o porta-aviões USS Gerald R. Ford, o maior do mundo, além dos navios anfíbios USS Iwo Jima, USS Fort Lauderdale e USS San Antonio, que transportam cerca de 4 mil fuzileiros navais.
Também integram a frota os contratorpedeiros USS Gravely e USS Jason Dunham, ambos da classe Arleigh Burke, equipada com mísseis Tomahawk — armas de longo alcance capazes de atingir alvos em terra.
Os destróieres, segundo a Marinha dos EUA, possuem tripulação de 329 militares e desempenham múltiplas funções, como defesa aérea, escolta de porta-aviões e ataques navais. Já o USS Iwo Jima é um navio de assalto anfíbio, projetado para desembarcar tropas e veículos de combate diretamente em território inimigo.
Apesar da movimentação, o governo norte-americano nega qualquer intenção de ataque direto à Venezuela. Ainda assim, especialistas alertam que a presença crescente de forças navais na região representa o momento mais tenso das relações entre os dois países nos últimos anos.
🔍 Entenda as embarcações envolvidas
🛳 USS Gerald R. Ford
Maior porta-aviões do mundo, serve como base móvel de operações aéreas. Pode abrigar mais de 70 aeronaves e cerca de 4,5 mil militares.
⚓ USS Iwo Jima
Navio de assalto anfíbio com capacidade para transportar e desembarcar tropas, helicópteros e veículos blindados diretamente em território inimigo.
🚢 USS Gravely e USS Jason Dunham
Contratorpedeiros da classe Arleigh Burke, equipados com mísseis Tomahawk e sistemas de defesa aérea. São usados em missões de escolta, ataque e interceptação.
🌎 Localização
As embarcações foram avistadas a menos de 320 km do litoral venezuelano, no Mar do Caribe — uma das regiões mais vigiadas do hemisfério pelas forças navais dos Estados Unidos.
