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sexta-feira, 26 de abril, 2024
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Sem previsão de chuvas no Pantanal, combate aos focos de calor se intensifica em sete frentes

Com previsões meteorológicas indicando maior concentração de chuvas em algumas regiões de Mato Grosso do Sul somente a partir do dia 20 de outubro, o tempo seco e a baixa umidade relativa do ar continuam sendo os maiores desafios da força-tarefa criada pelo Governo do Estado para combater os incêndios florestais, especialmente no Pantanal.

O esforço do Estado para controlar os focos de calor, que se propagam pelas condições climáticas extremas, reúne a maior estrutura humana e de aeronaves já criada em Mato Grosso do Sul para esse tipo de ação em defesa do meio ambiente e das comunidades que se instalaram ao longo dos rios.

São mais de 120 homens e mulheres, entre militares e civis, sete aeronaves e dezenas de viaturas de médio e grande porte. Atualmente, essas forças, que compõe a Operação Pantanal II, sob a coordenação da Marinha e do Governo do Estado, se concentram em sete bases estratégicas para facilitar deslocamentos e ações rápidas, a maioria no Pantanal de Corumbá.

Sete frentes de combate

Sem previsão de chuvas no Pantanal, combate aos focos de calor se intensifica em sete frentes

Bombeiros de Mato Grosso do Sul, do Paraná e Santa Catarina e brigadistas da Força Nacional, Marinha, Exército, Ibama e ICMbio, além de voluntários de entidades não-governamentais, estão distribuídos em Corumbá (cidade), Serra do Amolar , Fazenda Bodoquena (combate no Parque Estadual do Rio Negro), Estrada-Parque, Porto Esperança e região Nordeste/Leste do Estado, onde ocorrem incêndios em florestas plantadas e parques estaduais do Taquari e Ivinhema).

Durante live transmitida pelo Governo do Estado, por meio da Semagro (secretaria estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar), na tarde desta quinta-feira, o tenente-coronel bombeiro Waldemar Moreira informou que de janeiro até esta data foram registrados 42.193 focos de calor nos pantanais de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso.

Destes, 7.176 se concentraram em Corumbá, maior município do Estado e com maior área do Pantanal, representando 36,7% do total. Na sequencia, aparece Poconé (MT), com 4.630 focos (23,7%), e Barão do Melgaço (MT), com 3.657 (18,5%). O total de área queimada no Pantanal corresponde a 211,8% de sua área, sendo o bioma mais impactado, embora em terceiro em números de focos. Primeiro, Amazônia, depois, Cerrado.

“Apesar desses números alarmantes, que demonstram a gravidade de uma seca recorde, os esforços governamentais e da sociedade civil tem conseguido ainda preservar mais de 71% do Pantanal, mesmo em regiões onde o combate é difícil pela distância, falta de acesso e tipo de topografia, como a região do Amolar”, explicou o tenente-coronel Moreira.

Ivinhema: chuva reduz focos

O oficial relatou que em Naviraí, onde se concentra uma tropa de combate aos focos, a chuva ajudou a reduzir a força incontrolável dos incêndios no Parque Estadual das Várzeas do Ivinhema. Não ocorreram, no entanto, precipitações no Pantanal, exceto na área urbana de Corumbá, onde, na quarta-feira, choveu apenas 0,6 milímetros.

Ao participar da live, o contra-almirante Sérgio Guida, comandante do 6º Distrito Naval da Marinha, com sede em Ladário, disse que a Operação Pantanal II vem logrando êxito no combate e prevenção aos focos de calor em todo o bioma. Salientou que a extinção dos incêndios somente ocorrerá com chuvas volumosas, devido à intensidade da estiagem na região.

“Estamos com uma grande força em campo, onde a Marinha apoia não apenas com tropa mas colocando aeronaves para deslocamento de brigadistas para áreas de grandes distâncias, e devemos manter atenção redobrada na Serra do Amolar, onde a operação está com mais de 40 combatentes e aeronaves. A prevenção deve ser o foco”, observou.

A coordenadora do Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima (Cemtec), Franciane Rodrigues, também contribuiu com o balanço apresentado pela Marinha e Corpo de Bombeiros durante a livre, apresentando prognósticos climáticos para o segundo semestre de outubro. Segundo ela, as chuvas mais intensas devem ocorrer nas regiões Sudoeste e Sul (30 milímetros acumulados), a partir do dia 20.

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