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quinta-feira, 25 de abril, 2024
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Simone Tebet tenta manter hegemonia do MDB no Senado

Em dezoito legislaturas desde 1985, partido garantiu a presidência da Casa 15 vezes; PFL/DEM ficou com as outras três

Apesar de ter saído atrás na disputa por votos no Senado, o MDB busca manter uma supremacia com larga vantagem sobre todas as legendas concorrentes nessa disputa. A candidatura de Simone Tebet à presidência da Casa foi oficializada na última terça-feira (12).

Desde 1985, com a redemocratização do país, foram 18 eleições, 15 vencidas pelo PMDB (nome anterior do hoje MDB). As três únicas exceções ficaram com o PFL/DEM, duas vezes com Antonio Carlos Magalhães (BA), em 1997 e 1999, e a terceira com Davi Alcolumbre, político do Amapá que encerra em fevereiro sua gestão.

E é bem provável que a cadeira fique de novo com MDB ou DEM na eleição de 1º de fevereiro. Simone Tebet, senadora do Mato Grosso do Sul, tem como principal rival em 2021 Rodrigo Pacheco, senador do DEM de Alagoas lançado ainda no ano passado como candidato. Um terceiro pleiteante à vaga, Major Olimpio (PSL-SP), corre por fora e tem poucas chances.

De acordo com o pesquisador Rafael Moreira Mucinhato, doutor pelo programa de pós-graduação em Ciência Política da USP (Universidade de São Paulo), o atual MDB é a legenda “que melhor entendeu como funciona o presidencialismo de coalização”.

Além disso, analisa o professor, soube aproveitar sua força nos estados para se manter importante no Congresso década após década.

Mucinhato explica que duas alas, com estratégias diferentes para o partido, disputam poder desde sua refundação, em 1979.

“Uma queria que o PMDB tivesse protagonismo nos cargos do Executivo, que lançasse candidatos a presidente da República. Já o outra defendia o foco no Legislativo, com a briga centrada nas mesas diretoras, para ter peso em todos os governos.”

Ele diz que essa segunda ala tem vencido a maior parte dos embates. Um de seus expoentes, Michel Temer (SP), chegou à Presidência da República após o impeachment da petista Dilma Rousseff, em 2016.

Sobre Temer, uma curiosidade contada pelo cientista político. Ele tomou posse como presidente do partido em 11 de setembro de 2001. E por que será que quase ninguém foi cobrir o evento? O mundo inteiro só pensava em Nova York e nas Torres Gêmeas naquele dia.

“A chegada do Temer à Presidência da República foi a consolidação do poder dessa ala governista”, afirmou Mucinhato.

Apesar de ter ocupado o cargo mais alto do Executivo, a tendência é que o partido volte a se concentrar em estados e municípios.

“Ninguém tem a capilaridade do MDB e dificilmente algum partido vai conseguir tanta abrangência”, afirmou Mucinhato.

O cientista político diz que é melhor esperar o resultado de 1º de fevereiro antes de se falar no eventual favoritismo de Rodrigo Pacheco.

“O MDB deu a volta por cima mais de uma vez”, contou, justificando que a capacidade de articulação do partido é imensa, mesmo com a redução de parlamentares da legenda, observada nas últimas eleições.

De acordo com a tese, o apogeu da sigla ocorreu na década de 1980. A eleição de 1985 deixou a bancada do partido com maioria absoluta nas duas Casas: 53,4% dos deputados federais foram eleitos pela legenda, assim como 62,5% dos integrantes do Senado.

Fonte: R7

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