O poder público de Campo Grande ou mesmo a iniciativa privada, porque no município a limpeza urbana e coleta de lixo é concedida/privatizada, deverão proporcionar aos trabalhadores da coleta de lixo, ações para prevenir a doença da Hepatite A. Os vereadores da Câmara municipal aprovaram PL (Projeto de Lei) que dispõe sobre ações públicas de saúde, visando a prevenção da hepatite A, para homens e mulheres, que trabalham na área na Capital. O PL foi aprovado na sessão ordinária da última quinta-feira (16), e agora segue para sanção, colocar em prática, pelo prefeito Marcos Trad.
O PL foii pensado, porque o grupo de trabalhadores mais exposto à contaminação e a desenvolver o vírus da Hepatite A, é justamente dos coletores de lixo urbano. A hepatite A é uma condição contagiosa que causa a inflamação do fígado e é transmitida via fecal-oral, pelo consumo de alimentos e bebidas contaminados e pelo contato diário com o lixo coletado das cidades.
Para o vereador, autor do projeto, João Rocha, os trabalhadores protegem a população em geral, mas eles mesmo correm mais riscos, além do que já é natural da insalubridade do ‘lixo’. “São pessoas que nos ajudam a conservar o meio ambiente e cuidar da base da saúde que é a higiene e que estão correndo risco, por um descuido ou outro o cidadão deixa para ser retirado o lixo, matéria que pode vir a contaminar esses trabalhadores”, aponta Rcoha.
Detalhes da doença e é preciso vacina aos trbalhadores
Apesar de não ter tratamento específico, existem formas de prevenção, como a vacina. Contudo, a vacinação não é aberta a toda população, nem mesmo a este grupo do trabalhadores, por si só. O imunizante é disponibilizado gratuitamente desde 2014 pelo SUS (Sistema Único de Saúde) para crianças de até cinco anos. Grupos considerados de risco – pessoas com doenças imunossupressoras, como hepatite B e C, e portadoras de HIV – também têm direito à vacina.
Com isto, o PL visa também que a prefeitura municipal da Capital, passe a inserir os trabalhadores da Coelta de lixo, entre esse grupos e que os mesmos sejam vacinados.
Hepatite A, o que é?
A hepatite A é uma condição contagiosa que causa a inflamação do fígado e é transmitida via fecal-oral, pelo consumo de alimentos e bebidas contaminados e pelo contato diário com o lixo coletado das cidades.
A hepatite A é causada por um vírus RNA de fita simples positiva, que pertence à família Picornaviridae, denominado vírus da hepatite A (HAV), que se replica no fígado, é excretado na bile e eliminado nas fezes, resultando na transmissão pela via fecal-oral. O HAV interfere na função hepática, desencadeando uma resposta imune que leva à inflamação no fígado.
É uma infecção causada pelo vírus A da hepatite (HAV), também conhecida como “hepatite infecciosa”. Na maioria dos casos, a hepatite A é uma doença de caráter benigno; contudo, o curso sintomático e a letalidade aumentam com a idade.
Quais são os sinais e sintomas?
Geralmente, quando presentes, os sintomas são inespecíficos, podendo se manifestar inicialmente como fadiga, mal-estar, febre e dores musculares. Esses sintomas iniciais podem ser seguidos de sintomas gastrointestinais, como enjoo, vômitos, dor abdominal, constipação ou diarreia. A presença de urina escura ocorre antes da fase em que a pessoa pode ficar com a pele e os olhos amarelados (icterícia). Os sintomas costumam aparecer de 15 a 50 dias após a infecção e duram menos de dois meses.
Como é o diagnóstico?
O diagnóstico da infecção atual ou recente é realizado por exame de sangue, no qual se pesquisa a presença de anticorpos anti-HAV IgM (infecção inicial), que podem permanecer detectáveis por cerca de seis meses.
É possível também fazer a pesquisa do anticorpo IgG para verificar infecção passada ou resposta vacinal de imunidade. De qualquer modo, após a infecção e evolução para a cura, os anticorpos produzidos impedem nova infecção, produzindo uma imunidade duradoura.
Como é o tratamento?
Não há nenhum tratamento específico para hepatite A. O mais importante é evitar a automedicação para alívio dos sintomas, uma vez que o uso de medicamentos desnecessários ou que são tóxicos ao fígado podem piorar o quadro. O médico saberá prescrever o medicamento mais adequado para melhorar o conforto e garantir o balanço nutricional adequado, incluindo a reposição de fluidos perdidos pelos vômitos e diarreia. A hospitalização está indicada apenas nos casos de insuficiência hepática aguda (OMS, 2018a).
Como se prevenir?
A melhor forma de evitar a doença é melhorando as condições de higiene e saneamento básico, como:
- Lavar as mãos (principalmente após o uso do sanitário, a troca de fraldas e antes do preparo de alimentos);
- Lavar com água tratada, clorada ou fervida os alimentos que são consumidos crus, deixando-os de molho por 30 minutos;
- Cozinhar bem os alimentos antes de consumi-los, principalmente mariscos, frutos do mar e peixes;
- Lavar adequadamente pratos, copos, talheres e mamadeiras;
- Usar instalações sanitárias;
- No caso de creches, pré-escolas, lanchonetes, restaurantes e instituições fechadas, adotar medidas rigorosas de higiene, tais como a desinfecção de objetos, bancadas e chão, utilizando hipoclorito de sódio a 2,5% ou água sanitária;
- Não tomar banho ou brincar perto de valões, riachos, chafarizes, enchentes ou próximo de locais onde haja esgoto;
- Evitar a construção de fossas próximas a poços e nascentes de rios;
- Usar preservativos e higienizar as mãos, genitália, períneo e região anal antes e depois das relações sexuais;
- Higienizar vibradores, plugs anais e vaginais e outros acessórios eróticos.