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sexta-feira, 29 de março, 2024
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Três Lagoas registra dois casos suspeitos de Varíola dos Macacos

A Secretaria do Estado de Saúde (SES) deve confirmar no sábado (06), através do boletim epidemiológico, mais dois casos suspeitos de Varíola dos Macacos registrados em Mato Grosso do Sul. A informação é da Prefeitura de Três Lagoas, cidade onde os novos registros aconteceram.

De acordo com o Município, os pacientes são um homem, de 33 anos, e uma mulher, de 29 anos, que não tem relação entre si. Os dois tiveram contato com pessoas que testaram positivas para a doença durante viagens recentes. Ambos os casos foram notificados na quinta-feira (04) pelo Município e divulgados somente nesta sexta-feira (05).

O primeiro caso a ser atendido pela Secretaria Municipal de Saúde foi o da mulher. De acordo com o municado, a paciente tem histórico de viagem recente para fora do estado e, após contato físico com pessoa suspeita da doença, apresentou erupções cutâneas associada à cefaleia, dor nas costas, artralgia (dor nas articulações), dor muscular, náusea, vômito, fotosensibilidade, calafrios e dor de garganta.

Já um homem procurou atendimento médico com quadro de febre, lesões na pele, dores ao engolir alimentos e linfadenopatia (inchaço dos nódulos linfáticos), também tem histórico de viagem recente para fora do estado de Mato Grosso do Sul.

De acordo com a Vigilância Epidemiológica (VIGEP), os dois estão clinicamente bem e em isolamento domiciliar. A Secretaria realizou coleta de amostras que serão encaminhadas para o Laboratório Central de Saúde Pública em Campo Grande, onde serão analisadas no intuito de confirmar ou descartar a doença.

Com mais essas confirmações, que ainda serão divulgadas pela SES, Mato Grosso do Sul passa a contabilizar 15 casos suspeitos da doença, sendo que cinco desses foram confirmados e outros quatro já descartados. Os outros ainda estão em análise clínica.

A secretária municipal de Saúde de Três Lagoas, Elaine Fúrio, destaca que apesar de não ser uma doença nova, é algo que necessita de atenção. Além disso, muitas orientações e procedimentos ainda estão sendo construídos pelas autoridades nacionais e mundiais. “A cada dia temos uma novidade que altera a forma de atendimento, identificação e tratamento da doença, por isso é de suma importância a população se manter atenta às orientações e tomar muito cuidado com notícias falsas que possam surgir sobre o assunto”, enfatizou.

Em Três Lagoas, a Prefeitura orienta que, caso alguém apresente os sintomas característicos da doença, procure atendimento em uma Unidade de Saúde (VEJA LISTA AQUI) de segunda à sexta-feira das 7h às 17h ou nas Unidade de Saúde na Hora das 7h às 19h e, aos finais de semana, na Unidade de Pronto Atendimento (UPA24h). São Unidade de Saúde na Hora: Santo André, Atenas, Santa Rita, Vila Haro, Paranapungá, Jardim Maristela, Vila Piloto, Interlagos, São Carlos e Vila Nova.

A doença

A Monkeypox é uma doença causada pelo vírus do gênero Orthopoxvirus e família Poxviridae. Embora seja conhecido por causar a “varíola de macacos” ou “varíola símia”, é um VÍRUS QUE INFECTA ROEDORES NA ÁFRICA. Porém, os MACACOS são, provavelmente, HOSPEDEIROS ACIDENTAIS, ASSIM COMO O SER HUMANO.

Além disso, devido a um momento que ocorreu casos isolados em macacos na natureza, o NOME FOI CUNHADO ERRONEAMENTE. A identificação pela primeira vez nessas condições ocorreu em 1958 em um surto da doença em macacos de cativeiro usados em pesquisa. Em 1970, o primeiro surto em humanos foi relatado na África.

A vacinação contra a varíola, então usada rotineiramente na época, protege contra infecção por Monkeypox virus. Porém, o número e amplitude dos surtos começaram a subir com a suspensão da vacinação antivariólica mundialmente no início da década de 1980.

O número de pessoas suscetíveis, desde então, certamente aumenta a cada ano. Contudo, até maio de 2022, todos os surtos estavam restritos ao continente Africano com a exportação eventual de casos para outros países por viajantes infectados, com taxa de transmissão secundária bem baixa.

De acordo com artigo recente publicado no periódico British Medical Journal, que levou em consideração o acompanhamento de 197 pacientes que testaram positivo para o vírus na cidade de Londres, no Reino Unido, todos os participantes tiveram lesões na pele ou na mucosa (na parede interna da boca ou do ânus, por exemplo).

Além disso, em 56% dos casos essas feridas apareceram nos genitais e em 41% elas foram observadas no ânus, 61% dos pacientes tiveram febre, 57% apresentaram inchaço dos gânglios linfáticos, 31% se queixaram de dor muscular e 13% tiveram apenas as lesões, sem febre ou outros sintomas.

Outros sintomas comuns foram dor no reto (acometeu 36% dos participantes), dor de garganta (16%) e inchaço ou vermelhidão no pênis (15%).

O vírus é transmitido pelo contato físico (sexual ou não), gotículas de saliva direta entre indivíduos ou sobre superfícies, bem como pelo ar e, por isso, as orientações de prevenção são basicamente as mesmas das adotadas contra a covid-19, ou seja, uso de máscaras de proteção facial (no mínimo cirúrgicas de camada tripla), higienizar as mãos, superfícies e objetos de uso comum com álcool em gel 70%.

Além disso, o Ministério da Saúde, assim como a Organização Mundial da Saúde (OMS), recomenda que as pessoas evitem terem diversos parceiros sexuais, algo que amplia as possibilidades de transmissão e contágio pela doença.

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