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sexta-feira, 26 de abril, 2024
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Troco Solidário ajudará entidade que atende crianças e adolescentes abusados sexualmente

A Associação Criança do Brasil, representada em Campo Grande pela Segunda Casa, é uma instituição sem fins lucrativos que desenvolve trabalho de acolhimento institucional a 35 crianças e adolescentes vítimas de maus tratos, abandono e que tiveram seus direitos violados na área sexual. A entidade participa do projeto Troco Solidário Comper entre os meses de julho e agosto.

Fundada em 2009 pelo pastor Silvano de Sena Ferreira, dois anos após participar de congresso em Goiânia que mostrava a situação em que viviam as escravas sexuais no Nepal (país asiático da região dos Himalaias), sendo essas meninas vendidas para serem usadas como prostitutas, até os dias de hoje, a Segunda Casa oferece atendimentos psicológicos, psiquiátricos, terapias, acesso a atividades esportivas, como futebol, dança, judô, lazer, piscina, clube. Nesse processo são trabalhados vínculos afetivos, resgate da autoestima, saúde emocional, que fica muito debilitada devido à violência sexual, entre outras feridas e traumas que marcam a vida deles.

Atualmente a Segunda Casa mantém três entidades localizadas na região do Jardim TV Morena, onde moram as crianças e adolescentes que, em sua maioria, cerca de 98%, foram violentados dentro da própria casa. “São casas residenciais em que não há indicação alguma dizendo que esses locais são abrigos, já que esses endereços são mantidos em sigilo porque as crianças atendidas contam com medidas protetivas. Por isso, enquanto estão acolhidas conosco, têm proteção da Justiça, que exige esse sigilo confidencial no sentido de garantir sua total segurança”, informa Zaira Zaira Brito Gonçalves Lancine, administradora da Segunda Casa.

De acordo com Zaira, não há movimentação nas três casas, pois as crianças e adolescentes ali assistidas se sentem ameaçadas e invadidas, caso esses locais fiquem abertos para visitação. “Como a gente considera que essas casas são lares temporários, então não os abrimos ao público até para preservar a privacidade e protege-los de eventual contato com seus abusadores. Nessa época da pandemia, o Ministério Público deu uma segurada ainda mais nessa questão de visita, então não podem receber ninguém nas casas devido à proibição pela Justiça”.

Zaira explica que toda criança ou adolescente que chega à instituição é submetida a testes psicológicos, terapia com psicólogos e equipe técnica. “Na maioria dos casos nota-se que houve violação dos direitos sexuais deles, mesmo que a denúncia seja de maus tratos e abandono. Eles chegam com muito medo e até que consigam se abrir para receber carinho e amor, é um processo que demora meses, semanas e até anos”, complementa a administradora.

Todo esse trabalho pode ser conferido de perto na unidade administrativa que fica na rua Santana, 1.450, Jardim TV Morena. Ali trabalham 21 funcionários registrados, além de dez voluntários. “São profissionais que exercem suas funções desde a cozinha, no manuseio de alimentos, até os atendimentos psicológicos e aulas diversas e diante disso, doações físicas podem ser feitas nesse local”, completa Zaira.

O site da Segunda Casa deve ser acessado pelo link www.segundacasa.org.br. Já as doações podem ser feitas no Banco do Brasil (agência 5783-5, conta corrente 39.245-6), Bradesco (agência 5246-9, conta corrente 41.388-7) e Sicredi (agência 0911, conta corrente 20641-5).

Os telefones de contato são (67) 3043-447 e (67) 99155-5364 e as redes sociais podem ser acompanhadas pelo Instagram no endereço @segundacasacg e via Facebook: segundacasacg.

Troco – Há 13 anos o projeto implantado pela Rede Comper de Supermercados em Campo Grande tem beneficiado diversas entidades com a iniciativa. Hoje, a arrecadação de moedas que os clientes doam nos caixas beneficia uma entidade a cada dois meses. As instituições que têm interesse em participar do projeto devem procurar a Rede Comper e repassar um histórico, além de uma série de documentos.

De acordo com Fernanda Bardauil, gerente de relacionamento do Comper e responsável pelo projeto em Campo Grande, “a Segunda Casa atende uma camada da sociedade bastante sofrida e com sequelas psicológicas por conta dos maus tratos e abusos. A maioria dos casos envolve violência sexual e essa prática tem que ser punida e as crianças e adolescentes resgatados para viverem em locais tranquilos sem o medo de ter que ficar cara a cara com os monstros que praticaram essas barbáries. Eles ficam ali até atingirem a maioridade e serem encaminhados para lares adotivos, raramente voltam para o lugar de origem”.

Nesta sexta-feira (10), a partir das 11h30, no Comper Jardim dos Estados, será realizada entrega simbólica do Troco Solidário arrecadado entre maio e junho. A Adifa-MS (Associação dos Diabéticos, Familiares e Amigos do Mato Grosso do Sul), que presta mais de 500 atendimentos por mês a diabéticos, receberá R$ 34.328,11.

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